terça-feira, 17 de agosto de 2010

Capítulo XII :Como sair do sofrimento físico/psíquico/espiritual



Voltamos a lembrar neste capítulo, que a dor na alma (depressão), síndromes da “pensação” doentia (estresse, fobias, pânico, desordens obsessivas-compulsivas), dependência de drogas e outras alterações comportamentais constituem oportunidade única para uma revisão existencial. Eis o motivo de estar sempre alertando meus clientes de que a doença, bem como a medicação, pode ser a pior ou a melhor coisa do mundo. Depende do ângulo de observação ou do grau de maturidade de cada indivíduo.
É preciso compreender que sintomas, lesões e disfunções são, na verdade, um alerta da mente, do corpo e da alma de que não estamos bem-adaptados, satisfeitos, plenos e equilibrados em nossas relações, familiar, profissional, social ou espiritual.
Por isso, gosto de dizer a mim mesmo e aos que me procuram: “Bem-Vindos! Procurem fazer do sofrimento a matéria-prima para um Novo tempo. Amadureçam. Procurem evoluir. Busquem os sonhos, a qualidade de vida. Busquem o tempo de ter prazer e a alegria, que são os maiores combustíveis da existência humana. Não queiram mudar o mundo, as pessoas. Parem de reclamar de tudo e de todos e busquem mudar a única coisa passível de mudança real: nós mesmos e nossa maneira de pensar, sentir e agir. Vamos ter a melhor fase da vida depois de tanta tristeza, estresse e erros na percepção do mundo”.
Mas vale o aviso: depressão, fobias, pânicos e quaisquer outros transtornos da mente, em geral, não constituem “frescura” , “piti” ou fraqueza de caráter. Busque ajuda com profissionais competentes, que “entrem no seu barco” e o ajudam a sair dessa tempestade, desse furacão de queixas, problemas e dificuldades. Chegar à terra firme, encontrar soluções exige maturidade e uma nova visão de si e dos demais.
Quando isso acontecer, você será brindado com uma sensação permanente de bem-estar, equilíbrio e alegria de viver. Tudo valeu a pena, ainda que vida seja uma sucessão ininterrupta de desafios numa busca constante de aprendizado, adaptação e aperfeiçoamento.
Diante da polêmica em torno do sofrimento físico e/ou psíquico vale considerar alguns pontos:
• Erram os médicos que são radicalmente organicistas – buscando apenas no plano biológico a razão de todos os males espirituais. Falta-lhes a visão psicológica, afetiva e espiritual.
• Erram aqueles psicólogos, psiquiatras, terapeutas que tentam explicar tudo baseados em aspectos puramente psicológicos, ambientais, familiares, relacionais ou sociais. Falta-lhes a visão neurocientífica, que é essencial para se entender tais sofrimentos.
Quando é identificado um fator objetivo, um quadro depressivo ou ansioso ligado a uma disfunção biológica, é fundamental interferir cientificamente, pois nem sempre basta o incentivo de familiares e amigos ou a força de vontade de quem sofre desses males. Ou seja, se a depressão ou ansiedade está ligada a alguma alteração nos neurotransmissores cerebrais, na serotonina, dopamina, noradrenalina ou, é preciso, sim, lançar mão de exames, medicação ou ecologia humana.
Nesse caso existe um “erro de funcionamento” que deve ser diagnosticado e tratado. Porém, sendo um problema mais subjetivo, como luto, perda financeira ou separação, muitas vezes o apoio psicoterapêutico é suficiente.
Não existe nem boa nem má experiência. Toda e qualquer experiência existe para ser aprendida e servirá como base de amadurecimento e evolução. E, como diria Gandhi:
“Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos, a consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora, lembraria os erros que adoram cometidos para que não se repetissem, a capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para você o respeito aqui que é indispensável: além do pão, do trabalho, além do trabalho, a ação e, quando tudo mais faltasse, um segredo: o de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída”.

2 comentários:

  1. Concordo. Lembrei-me de algo lido outrora: "se perder a batalha, não deixe de aprender a lição".

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  2. Ou seja que saibamos os nossos limites e que com nosso sofrimento aprendamos que ele é mola propulsora de nosso crescimento em diversos aspectos de nossa existência!!

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