sexta-feira, 30 de abril de 2010

STRESS, ANSIEDADE, INSEGURANÇA, CULPAS, PRAZER E DESPRAZER


Nós temos um arquivo de memória genética, ontológica, a memória da humanidade, que leva a uma série de tempos anteriores.
A história de répteis e mamíferos tem a ver com traços de comportamento no nosso dia-a-dia. As características de comportamentos de répteis, herdados por nós, são a agressividade, defesa de território e necessidade de seguir liderança. Dois exemplos de agressividade humana são a Tensão Pré-Menstrual (TPM) e a despertada pela bebida alcoólica. As características mamíferas têm a ver com o sistema límbico ou sistema de emoção. São elas: o cuidado com a cria e a descendência, e o afeto. E exatamente o afeto que leva a comportamentos como o medo, ansiedade, apreensão, insegurança e angústia.
A ansiedade é normal a partir do momento em que ela é uma apreensão do desconhecido e se torna patológica quando o sofrimento é antecipado, caracterizando a ansiedade antecipatória. A hipocondria, a desordem obsessiva-compulsiva e a síndrome do pânico são exemplos de ansiedades patológicas.
A insegurança é a sensação do descontrole sobre as alternativas existenciais. Uma pessoa insegura é perfeccionista, tem a necessidade de dar certo o tempo todo.
Os sentimentos de perda, de temor e de tristeza são demarcados pela angústia. Tristeza é uma manifestação muito comum em momentos de perdas e se transforma em depressão quando você se torna progressivamente desanimado, negativista, perdendo a esperança e estima própria.
O medo é normalíssimo e se caracteriza por projetar a noção real do perigo. Mas existe o medo patológico, o medo fóbico. E fobias são medos irreais que fazem com que as pessoas fujam ou evitem o elemento fóbico, perdendo a liberdade, os convívios e relacionamentos. Algumas fobias modernas são o medo do futuro, fobia de pivete, medo da ruína, do fracasso, etc..
As doenças auto-imunes, as físicas e as da estrutura psicológica se dão por um erro de pensar, levando a um stress patológico, atingindo a parte do afeto. E é aí que o ser humano perde a energia vital, o interesse, o prazer e a capacidade de vibração.
O stress começa na evolução zoológica dos mamíferos e é um reflexo que pode ser atenuado pelo pensar. Só vai estar estressado quem não der conta de controlar o seu próprio pensamento, evitando o stress dentro de sua imaginação projetiva.
Nos últimos 600 anos, o prazer foi associado à culpa, à angústia e à ansiedade. Com isso, o nível de prazer nas relações sociais e familiares tem se tornado baixo. A culpa é fundamental nos processos de educação humana, mas, em excesso, caracteriza a desordem obsessiva-compulsiva, e a falta, caracteriza as psicopatias.
O comportamento assertivo é aquele que nos permite expressar o que sentimos de maneira clara, positiva, natural, simples, firme, sem deixar aprisionados recalques ou insatisfações. Esse comportamento diminui a propensão à depressão, ao stress e aos problemas físicos. E comportamentos podem ser modificados porque são adquiridos, e não inatos. Mudanças no comportamento melhoram o humor, ação, desempenho social, afetivo, profissional, etc..
O prazer é renovação de energia e nos leva a querer e a buscar um mundo de luz.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Texto de Dr. Eduardo Aquino referente à palestra a ser proferida para o Tribunal de Justiça em Uberlândia – MG em 20/12/2002


A própria natureza nos ensina lições que infelizmente nos esquecemos no corrido dia-a-dia. No mundo atual fadigados pelo excesso de informação angustiados pelas más notícias que viciados, procuramos diariamente em nossas TV’s, Internet, celulares, jornais e toda forma de mídia disponível e infelizmente nos esquecemos das coisas simples e naturais com que Deus nos brindou: o afeto, o calor de uma família, os amigos, um bom papo, aquelas estórias dos tempos em que se “amarrava cachorro com lingüiça”, enfim, voltar a viver, resgatando a alegria, o prazer de chegar em casa – voltar ao ninho – e se sentir acolhido, aquecido, fazer cafuné, brincar com filhos, partilhar as conquistas, as paqueras, bater uma bola, aprender o dialeto dos adolescentes cheio de “paias”, “vazou a ficante”, “Zoado” e essas palavras estranhas que eles usam, além dos “VC, TB” e esses sinais internáuticos.
É hora de ser sábio, de dividir problemas, somar compreensão, multiplicar o prazer.
A família é a base de tudo, o começo de tudo. Se um dia te faltar tudo, não te faltará sua família, seu ninho, seu sangue. Então se pergunte: “gostaria de como pai, ser filho de si mesmo?”, “como cônjuge, gostaria de ser casado consigo?”, “como irmão, gostaria de ser fraterno de si mesmo?”. Pois é hora de recuperar nossa casa, nossos filhos, nossos pais, nossa família. E a grande revolução nas relações inter-pessoais começa dentro de cada um de nós mesmos. Dar uma “faxina de humildade” nos corações, mente, alma, expulsando dessas moradas sagradas, a poluição do medo, angústia culpa, irritação, raiva, inveja, enfim tudo aquilo que nos deixa infelizes e conturbam nossas relações. E então escrever a cada dia, uma história de vida, onde a cor, a fé, a esperança nos ilumine a existência dadivosa e divina, com que fomos brindados.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

“A primeira menstruação a gente nunca esquece”

Maria Caxanga estudava exageradamente e de forma preocupada, estressante. Tímida, recatada, religiosa em excesso, achava tudo pecado, cheia de culpas, tabus e preconceitos. Com isso estava sempre mais sozinha, nos cantos, tímida, e não suportava palavrões, “brincadeiras sem graça” dos meninos e das meninas. Nunca tinha “ficado” com ninguém, nem ia a shopping ou fazia esportes, nada. Sua única amiga era Xuxuquinha, que tinha muita paciência e compreensão.
Um dia estava na biblioteca, seu lugar predileto, à tarde, depois das aulas, quando sentiu algo estranho, esquisito mesmo, uma coisa úmida, parecia que um líquido – xixi? Pensou, havia escorrido na sua calcinha. Olhou espantada e viu que sua roupa íntima estava realmente molhada. Ficou vermelha, sem graça, apavorada, mesmo não havendo ninguém prestando atenção. Correu para o banheiro e aí sim, quase entrou em pânico: era sangue, parecia que tinha se machucado? Mas não se lembrava e nem sentia dor. Será que é xixi com sangue, pois tinha problema nos rins? Começou a chorar com desespero. Colocou um rolinho de papel higiênico tampando a vagina e foi direto para casa, bem próxima do colégio. Não havia ninguém e o pior, continuava sangrando. Ligou para Xuxuquinha, sua única amiga, sempre bem informada, decidida e madura.
- Alô, Xuxuquinha?
- Oi Maria, que voz é essa? Está chorando?
- É que aconteceu uma tragédia!
- Nossa, calma, me conta o quê que foi Maria Caxanga!
- É que estou sangrando bem naquele lugar, sabe qual?!
- Como assim?
- É onde sai o xixi.
- Na vagina?
- Ai, que vergonha, é sim, não sabe o que foi mamãe não está e achei...
- Calma, minha amiga é só a menstruação que chegou finalmente Maria, afinal você já tem 14 anos. Parabéns!
- Como assim?
- Ué! Você virou mulher Maria Caxanga, isso é muito legal, só que dá trabalho. Sua mãe não tinha te contado te preparado para isso?

Um silêncio se fez, e do outro lado um choro se fez ouvir.

- Eu não sei nada sobre menstruação, você sabe minha mãe é fechada, inibida, rígida e eu pareço com ela, a gente quase não conversa.

“Xu”, como era conhecida a Xuxuquinha, não teve dúvida.

- Maria Caxanga, calma que eu vou à sua casa, te empresto meus absorventes até sua mãe chegar. Não se preocupe, é a coisa mais natural do mundo.

No dia seguinte, Maria não foi à aula e Xu preocupou-se, pois achou a reação de Dona Joana Caxanga muito inadequada: ela apenas disse para andar com “moldes” e como usar quando acontecesse novamente. E pôs a filha de cama como se menstruação fosse doença ou vergonha ou ainda algo nojento e repugnante.
Xuxuquinha ficou pensando em como ajudar a melhor amiga e a melhor forma de falar sobre menstruação de uma forma legal e não traumatizante.
- É impressionante a dificuldade que as pessoas, os jovens, seus pais, os professores têm para lidar com situações tão naturais como é o caso da MENSTRUAÇÃO. Pensou Xuxuquinha.

Recordou-se então de como foi com ela e como seu pai tinha sido “dez”. Quando sua mãe contou ao marido que Xuxuquinha havia menstruado pela primeira vez, ele chegou em casa com uma orquídea linda e um bilhetinho: “Para minha lindinha nunca esquecer a beleza e a responsabilidade de ser mulher”. E chamou-a junto com a mãe para ir ao restaurante Japonês que eu Xu tanto gostava. Lá, ele no meio de brincadeiras para descontrair, disse algo que ela nunca mais esqueceu:
- Lindinha, sabe o que é poético na menstruação?
- Ora pai, isso não tem nada de poético, é esquisito e incômodo.
- Até concordo, tudo que sangra dá uma sensação estranha, um misto de nojo com aflição, né Xú?!
- É isso que senti pai.
- Mas sabe como eu vejo a menstruação? Imagina Xú, um ninho que a mulher traz dentro de si, que é o útero. Imagine a metade de um ovo que ela produz – os óvulos. Hoje, foi a primeira vez que o ninho funcionou, mas como gerar um filho é uma das maiores maravilhas, mas exige que a mulher esteja madura, que encontre um parceiro ideal, que ame, tenha uma situação econômica que permita criar o filho, então fruto deste amor, da sexualidade saudável. A outra parte do ovo, o espermatozóide do marido fará com que surja a gravidez, a barriga (e o útero) cresce, a mama começa a dar leite e o milagre acontece. Mas como todo mês vem um novo óvulo, o ninho (útero) sempre se prepara para a gestação, e assim, quando esta não vem, pois não é a hora, esse “ninho” se desfará, e aí, o útero se descama para eliminar o óvulo, e por isso sangra.
- Puxa vida, pai, eu não tinha pensado sobre menstruação dessa forma.
- É, sabe filha, disse a mãe da Xu, infelizmente algumas meninas não sabem distinguir o desejo – que vocês chamam de “tesão”, da maternidade. Por isso, quem transa e não tem informação, acaba engravidando antes da hora, e aí, a vida já começa complicada.
- Sabe mãe, teve uma menina do 1º ano do 2º grau, de 15 anos, que engravidou e está dando o maior problema.
- É sempre difícil para os pais, para o menino, mas principalmente para a menina que perderá uma fase muito importante na vida que é a adolescência, fase das festas, namoros, viagens, diversão, esporte.
- Xuxuzinha, disse o pai carinhosamente, outra coisa que acontece é que os hormônios da mulher se alteram nessa fase, e às vezes acontece a chamada T.P.M. – tensão pré menstrual – com tristeza, irritação, dor de cabeça, choro e outras alterações. Caso você sinta algo assim, dê um toque no seu pai ou na sua mãe.

terça-feira, 27 de abril de 2010

DEPRESSÃO, ANSIEDADE E STRESS



Hoje em dia as pessoas tem se queixado de um número cada vez maior de problemas. Isso acontece porque o cérebro está sobrecarregado em relação à forma de pensar a vida, o momento, as estruturas familiares, o trabalho, os nossos dons e as nossas habilidades.

O stress é uma reação normal e necessária do organismo, que ocorre diante do perigo real e iminente. A modernidade alterou essa reação no homem, pois atualmente ele tem se estruturado mentalmente baseado em preocupações, gerando a “pensação compulsiva”. O pensar compulsivo faz com que o stress, que deveria durar poucos minutos, passe a durar horas, dias e até meses, tornando-se a maior fonte de adoecimento físico e psíquico, surgindo equivalentes depressivos, como as labirintites, gastrites, colites, taquicardias, insônia, angústias, fobias, etc...
O tempo é uma criação psicológica do homem. Era para ser uma dimensão, mas o ansioso transforma o tempo em uma coisa acelerada, buscando o amanhã inexistente, pois não há vida nem morte, começo nem fim: existe a eternidade. O deprimido pára no tempo, perde a energia e a possibilidade de prazer. Ele vive de culpas e sofrimentos passados, pois pensa nas coisas de forma distorcida, associando o prazer à culpa.
Existem algumas substâncias produzidas por nosso organismo que são capazes de diminuir o cansaço, o stress, regular o sono, aumentar a inteligência e a memória e estabilizar comportamentos herdados, como medos, inseguranças, angústias, culpas, ansiedades, irritabilidade, impulsividade, perfeccionismo, pensamentos obsessivos, cismas e desconfianças. São elas: a Serotonina e a Beta-endorfina.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

História II: Síndrome do “Ai que saco”

Novela Casos de Família

Disparou: Que saco! Paia veio!

Era o que mais se ouvia, não só em casa, mas no colégio, no shopping, na boate. A síndrome do “saco cheíssimo”.
Pensou mais uma vez que a vontade que tinha era sumir, ir pros States, para Europa, sei lá. Não agüentava mais a encheção do irmão, “aquele troglodita” que irritava só de ver. Ligou o computador, tentou amarrar um papo na sala de paquera, mas veio o de sempre: o Gostosão de Curitiba, o Tarado de Santos e até o último Romântico de Goiás. Ridículo véio.
Ligou a TV a cabo e só rolava a repetição da repetição do filme que já tinha visto no cinema. Fez zapping, e sonolenta desistiu. Caiu do sono e até sonho com desastre, que o carro tinha perdido o freio, ela tentando não capotar... Acordou “capotada” as 6 da tarde, mau-humorada, com preguiça e aquela fome por chocolate – era chocólatra – e se enfarofou na caixa de bombom, depois, cheia de culpa, tentou vomitar, sempre assim, e o psicólogo explicando que isso era bulimia e que tinha que melhorar sua estima, e essas baboseiras que ouvia toda semana na terapia.
-Ai que saco! Repetiu pela centésima vez. Mais um dia chato e sem sentido. Ligou para a Ro, mas ela estava “chapada”,devia ter fumado vários “becks” a tarde inteira . Perguntou-se qual de nós duas vive melhor?





domingo, 25 de abril de 2010

A arte de complicar o simples



Coluna Eduardo Aquino para o Jornal Super Notícia do dia 25/04/2010.

As reflexões de hoje se baseiam em constatações bem objetivas:
Você leitor, vem de um acaso simplesmente incrível: haviam 250.000.000 de espermatozóides querendo existir ( ¨ e vir à luz ¨) e um dos 600 óvulos que amadurecem durante a vida de uma mulher. E parabéns! Foi você quem chegou primeiro e nasceu!!! Então, me responda uma coisa: você acha a vida uma dádiva, agradece a Deus por ter tido esse privilegio? Ou será que todo dia reclama de tudo e de todos, acha a vida um peso, uma cruz, um calvário! Que azar, era só seu espermatozóide atrasar um bilionésimo de segundo e um ¨meio-irmão ¨ talvez tivesse a ¨corrida da vida” e fosse muito mais feliz e agradecido por viver!
Bem o certo é que aqui estamos e nos cabe dar sentido à existência, sem esquecer que cada um de nós é responsável por escrever seu próprio livro de vida. Vejo pessoas reclamando de tudo: do casamento, dos filhos, do trabalho, da família... Outros revoltados pela corrupção generalizada, pela violência, o abuso de bebida, drogas, sexo e prognosticam: “É o fim do mundo!” Fico aqui observando esse mundo que vai seguindo como um caminhão sem freio pelas tortas estradas e pleno em um mundo tão hostil!
É no resgate da simplicidade da fé, da confiança e humildade que conseguimos mudar o nosso conteúdo mental. A arte de compreender a incompreensão do outro em relação a mim ou o poder supremo de perdoar quem me odeia e ofende! Pode ser também quando esvazio do meu coração, mente e alma sentimentos nefastos que adoecem a quem os pensa: a inveja, o ciúmes, a vaidade, o orgulho, a raiva e tudo o que me prende e pune no meu plano emocional e afetivo. Me recuso a escravizar-me por relações tão parasitárias. Não admito um caminho trevoso, se a luz é uma dádiva! Quero desafios todos os dias, quero experimentar tudo que signifique evoluir, quero envelhecer e aproximar da morte, na certeza que somos eternos. Quero viajar leve, livre, solto! Como é bom viver assim, desprendido, desapegado, entendendo cada vitória e derrota. Quero me amar na minha imperfeição, na minha fragilidade, nos meus fracassos, pois só assim liberto da preocupação do julgamento alheio, sem precisar agradar aos outros, ser rico, famoso, genial, aprender novas lições a cada novo dia!!!!
Para que complicar algo tão simples e divino!!!

sábado, 24 de abril de 2010

Neurociências


Mais que uma área de conhecimento médico, as neurociências constituem um vasto e infindável campo de conhecimento científico multidisplinar que passa por neurogenética, neurofisiologia, psicologia experimental, neurologia, psiquiatria e outros.
Ao associar conceitos de física quântica (física de subpartículas) , grafia, tomografia cerebral computadorizada, tomografia por emissão de positrows (antimatéria: elétron com carga positiva) Squibb – pesquisa de campo eletromagnético, matemática do CAOS (fractais) as neurociências revolucionaram através do estudo cientifico do cérebro diante das novas tecnologias – Mapeamento Cerebral Dinâmico, Magnetoencefalo.
Tudo isso propiciou uma revolução na visão da existência humana, trazendo descobertas e clareza em campos nunca antes explorados.
Cabe às neurociências:
1) Pesquisar o órgão mais importante o grande computador biológico e divino que é o CÉREBRO
2) Utilizar de tecnologia de ponta para entender as relações Cérebro (órgão material) com a mente (energia do pensar, sentir e agir_)
3) Revisão das diversas linhas psicológica (psicanálise freudiana, lacaniana, junquiana, como também existencialismo, Comportamental, Cognitiva e outras) para que não haja uma visão desnecessária entre o enfoque científico e as linhas de pensamento não só da psique humana, quanto das vertentes filosóficas, antropológicas, teológicas e qualquer outra que se proponha a finalmente casar corpo/alma, matéria/energia, fé e ciência.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

2 – TEMPO É UMA CRIAÇÃO PSICOLÓGICA DO HOMEM

CAPÍTULO V
Continuação


Isso explica o porquê dos tristes, deprimidos e angustiados estarem sempre presos à visão de um passado de culpas, medos, raivas, mágoas, infelicidades e perdas não superadas. Como foi dito no primeiro item, pensar é igual a agir. Essas pessoas vivem o ontem todos os dias e ruminam o sofrimento “ad aeternum”.
Já os ansiosos e preocupados são viciados em futuro e o projetam sempre de forma negativista e sofrida, fazendo do presente tempo de mau humor: o futuro para eles é sempre temeroso, difícil e angustiante. Ruminam problemas irreais e não conseguem ser relaxados, desapegados e felizes.
O próprio calendário é uma convenção que foi criada há alguns milhares de anos. Nos primórdios, não existiam segundas, quintas, domingos e sim a claridade do dia e a escuridão da noite. O verdadeiro relógio biológico. Hoje pessoas se sentem melhor psicologicamente na sexta-feira e pior no domingo à noite. Assim vamos criando tempos psicológicos artificiais em meio às ansiedades antecipatórias (futuro antes da hora) ou angústias e apegos ao que já aconteceu (passado presentificado).
Outro exemplo são as experiências chamadas regressão a vidas passadas (RVP) que os cientistas preferem chamar de memórias ontogenéticas e espíritas de reencarnação.
O certo é que pela física quântica poderíamos viajar no passado e futuro.

1 - PENSAR EQUIVALE A AGIR

CAPÍTULO V
Continuação


Ao pensarmos, sonharmos, recordarmos o passado – evocando mágoas, ódios e ressentimentos ou saudades e boas lembranças – estamos, na verdade, vivendo novamente. Ao avançarmos no futuro, ansiosos, sofrendo por antecipação, estamos vivendo irrealmente. O cérebro reage às sugestões da mente como se a energia psíquica da imaginação – pensada, sentida ou sonhada – fosse real. Assim, acordar à noite e atacar a geladeira ou ter sonhos sensoriais com alimentos (vendo-os, sentindo-lhes o cheiro e o gosto) promovem exatamente a mesma reação química no cérebro. O centro da saciedade é ativado e o da fome é desativado.
Daí o alerta para os pensadores compulsivos e aos “pré-ocupados” com tudo! O cérebro não agüenta tanto estimulo. Assim o pensamento é a própria ação, o que explica a exaustão ou “cansaço mental”, mesmo a pessoa ficando parada, sem nada fazer.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O medo do afeto é uma realidade atual?



A maior crise mundial é a crise da estrutura afetiva. Por isso, a depressão, as fobias, a ansiedade patológica são alterações da área cerebral ligada ao afeto – o sistema limbico.
Estamos vendo, no século XX, uma prioridade para o pensar, o racional, a tecnologia, a modernidade que nos deu conforto, mas nos deixou carentes de afeto. Daí o medo de gostar, de se envolver, de conviver com sentimentos.
O próximo século será fantástico. Todos iremos perceber que não adianta nos desenvolvermos externamente, se internamente estamos tão carentes, infelizes, vivendo uma vida sem sentido, sem prazer e sem emoção. É preciso resgatar a emoção, o prazer, a alegria e a poesia de viver, é preciso resgatar a alma. O homem do século XX perdeu a alma. Ficou racional e deslumbrado com a tecnologia, deixando de perceber que o verdadeiro sentido da vida é despertar a alma. Viver é ter alma, emoção e prazer, conciliando o bem-estar físico e psicológico, corpo e alma, que são inseparáveis.

Você concorda que as pessoas sem afeto perdem a motivação para viver, para desenvolver-se e crescer?


Sem dúvida nenhuma! Um dos aspectos fundamentais dentro da estrutura do afeto (no chamado sistema límbico ou sistema de emoções, localizado no hipotálamo, uma região do cérebro) é a busca do prazer. O prazer é o maior combustível da vida. Pessoas com uma boa condição de afeto, com sentimentos, que aprendem com a vida a escutar e a falar, têm muito mais alegria e satisfação. Para ter uma vida prazerosa, temos de reaprender coisas básicas, como a importância de escutar, de ter tempo para o outro. Temos de fazer o de que gostamos e não apenas o que dá dinheiro. É importante haver pessoas dispostas a uma cooperação e a um crescimento interior ao lado da gente. O afeto é um alicerce importante para as relações humanas.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

FÉ E SABER/RELIGIÃO E CIÊNCIA



A Fé e a espiritualidade são necessidades naturais do ser humano. È um erro afirmar que a fé é algo religioso, pois o efeito dela sobre o físico e psíquico é incontestável.
Sempre, em qualquer época da humanidade, o aspecto místico veio antes do lógico. As religiões precisam de compreensão e fé. A ciência se baseia na lógica, terminando onde existe uma relação de causa e efeito, e pode reforçar, contradizer ou explicar as experiências místicas.
A partir de dogmas religiosos, culturais, familiares, etc., relacionou-se a idéia de prazer à culpa, desconsiderando-se a natureza humana. Determinadas crenças e procedimentos levam à educação baseada na culpa e esta se sustenta na punição. A desordem obsessiva-compulsiva é uma síndrome ansiosa baseada numa vivência de culpa absoluta e insegurança constante, chamada fobia de dúvida.
Os dogmas religiosos contrariam os preceitos da natureza e aí surgem as grandes contradições entre religião e ciência. Pela imposição de dogmas, nossa juventude perde a fé na religião e ciência, nos pais, na política, na sociedade e, com isto, tornam-se pessoas altamente perdidas.
A melhor forma de punição que existe é a retirada do prazer, ao invés do desprazer pela dor. E toda vez que se provoca dor, cria-se uma aversão e não se educa. Merecimento é o único conceito que pode substituir culpa, dó e pena.
Muito da nossa criação, dos nossos dons e talentos são desenvolvidos quando estamos inspirados por uma vivência de prazer, de relaxamento e de êxtase. A vivência do prazer não está relacionada com o corpo, cérebro, órgãos e nem genitais, e sim em como se transcende aspectos corporais. Muitas pessoas desenvolvem uma aversão ao sexo, associando-o à culpa, à ansiedade e à angústia, justamente por não conseguirem transcender esses aspectos.

terça-feira, 20 de abril de 2010

ECOLOGIA E NATUREZA HUMANAS, ORIGEM DO SER HUMANO, TEMPERAMENTOS,

CICLOS INDIVIDUAIS, DONS E TALENTOS, MASCULINO E FEMININO, SEXUALIDADE, ESCOLHA PROFISSIONAL, CONVÍVIO FAMILIAR E SOCIAL.

Cada um de nós já nasce com um pré-enredo, mas na vida, vamos dar certo ou errado por méritos próprios. Se não conhecemos bem as nossas naturezas, não estamos bem adaptados às relações ou circunstâncias ambientais. O arbítrio, fator importante neste dar ou não certo na vida, só existe quando duas coisas são conjugadas: uma ótima compreensão da nossa natureza e das pessoas que nos rodeiam, e explicações para que se amplie a condição da nossa própria história. O arbítrio tem a ver com a índole, com a maneira de relacionamento, com o meio ambiente e com as frustrações de cada um.
Toda e qualquer psicoterapia funciona como um elemento que aumenta a percepção, onde se começa a rever atitudes e posturas e a abrir um leque de observação, não sobre si mesmo, mas também sobre as pessoas que o circundam. Pais e pedagogos bem informados seriam, na verdade, os melhores terapeutas.
Temperamento e personalidade são características inatas, sobre as quais o meio ambiente pode ter um papel facilitador ou dificultador, sem jamais determiná-las. O caráter é constituído de características adquiridas, provenientes do meio ambiente. Nele podem ocorrer mutações através de, por exemplo, alcoolismo patológico e uso de drogas. Talento e dom significam fazer com facilidade e de forma prazeirosa, harmônica e voluntária o que a maioria das pessoas faz com dificuldade e desprazer.
A natureza é feita de ciclos e o cérebro está sempre tentando fazer a leitura deles, mas o homem tem alterado os ritmos da natureza, optando pela modernidade e pelo artificialismo, em detrimento do natural, deixando-nos preguiçosos, mal acostumados e, muitas vezes, nos adoecendo. Existem 4 tipos básicos de temperamento que acompanham os ciclos ou ritmos naturais: 1) o sempre para baixo; 2) o sempre para cima; 3) o sazonal ou cíclico; 4) o obsessivo-ritualista.
No convívio familiar e social, percebemos que algumas pessoas optam pelo reconhecimento e pela busca de um espaço mais fechado. Outras têm uma necessidade enorme do convívio social, não conseguindo ficar presas em casa.
No aspecto profissional, por uma questão de temperamento, dom e talento, há uma necessidade de busca de novos espaços. Para isso, a pessoa tem que ser capaz de correr riscos e lidar com mudanças, com “o novo” e com os desafios do dia-a-dia.
Na natureza humana existem duas maneiras básicas das pessoas se relacionarem com o risco: com dificuldade diante dele, tentando se defender através da organização, detalhismo, tendência defensiva e ação; e com grande atração. Essas pessoas são inventivas, criativas, têm uma visão objetiva, embora às vezes sejam preguiçosas e proteladoras.
Houve épocas em que não havia separação entre o masculino e o feminino, mas a evolução fez com que as diferenças aparecessem e se evidenciassem. Atualmente existem mulheres, que mesmo gostando do trabalho doméstico, têm que sair de casa por uma questão de sobrevivência, ou por pressão da sociedade que cobra maior autonomia; outras trabalham em casa, cuidando do lar e dos filhos, sem a menor aptidão. Essa contradição gera conflitos no lar, fazendo com que as mulheres representem 60% das pessoas portadoras de depressão e ansiedade.
Hoje sabe-se que existem diferenças anatômicas e funcionais entre o cérebro masculino e o feminino. Sabe-se também que há semelhanças. Mas, sem dúvida, as características são complementares, por exemplo, os homens têm habilidade espacial e as mulheres maior resistência muscular e habilidade para tarefas manuais.


segunda-feira, 19 de abril de 2010

SONO


A cronobiologia é a ciência que estuda o relacionamento dos aspectos biológicos dos organismos vivos com o tempo. Existem dois tipos de relógio biológico: o ontológico, que já vem gravado no gene e está relacionado com o surgimento da civilização humana, e o relógio biológico individual, que é chamado de Ciclo Circadiano.
O bem-estar físico e psíquico é um arbítrio, uma escolha. Se contrariamos a natureza, ela nos derrota. O sono depois das 6 horas da manhã é improdutivo e depressor, tira o ânimo e a energia. Quanto mais se dorme após esse horário, mais se sonha. E quanto mais se sonha, mais se cansa. Quem gosta de dormir durante o dia precisa observar certos critérios, tais como o tempo de duração do sono, que não deve passar de 1 hora, pois a partir disso, se torna patológico.
A determinação de um sono bom é dada pela performance da pessoa no dia posterior. Existem muitos fatores que interferem na qualidade do sono e dos sonhos, como por exemplo, o uso de bebida alcoólica e luminosidade. As alterações do sono levam a um stress interno com modificação de neurotransmissores e algumas alterações graves no nosso desempenho diurno, tais como cansaço matinal, sonolência diurna, perda de concentração e memória.
A pessoa que dorme bem e tem sono saudável, consegue conciliar o sono entre 15 a 40 minutos após se deitar. Existem dois tipos de insônia: a insônia inicial, que é típica dos ansiosos, e a insônia terminal, característica dos deprimidos. Quadros depressivos e síndromes ansiosas podem ser tratados com modificações do relógio biológico que rege o sono.

domingo, 18 de abril de 2010

AGRESSIVIDADE NAS RELAÇÕES HUMANAS


Coluna do Dr.Eduardo Aquino para o Jornal Super Noticias do dia 18/04/2010.

Atenção você que lida com o público: Se conseguir ser franciscano ¨Ódio em amor,ofensa em perdão, discórdia em união, desespero em esperança ...” Me Procure e eu carimbarei na sua alma “direta para o céu!!!!¨
Mas se não tiver tanta compreensão, paciência, amor ao próximo e estomago de avestruz, siga o “conselho de um velho e perseverante psiquiatra: faça um curso de jardinagem ou de fiscal da natureza, quem sabe até mesmo uma "terapia desocupacional¨!
Deus me livre, de nós mesmos! Estamos impacientes, estressados, mau humorados e, principalmente agressivos!
Grita-se por qualquer deslize, pequenas imperfeições, e até porque o Aeroporto de Congonhas esta fechado pelas condições meteorológicas! Todo mundo quer ter razão e não quer saber das razoes dos outros. Somos hiper críticos de todo mundo, fofoqueiros implacáveis de quem se destaca em qualquer área de atuaçao (¨sucesso no Brasil, vira ofensa pessoal ¨ como diria um autor).
E, ai de quem falar mal da pessoa, de seus filhos, amigos e parentes: É xingamento na certa, agressão verbal, palavrão! Quanto mais implacáveis com os outros, mais permissivos conosco e com os que amamos! Ninguém se entende, nos ¨telemarketings da vida, nos ¨serviços de atendimento ao consumidor¨, o caos impera: gritos de um lado, choro de outro, e a energia pesada em que nossos ódios, ressentimentos, infelicidades, frustrações encontram um alvo do outro lado da linha, do balcão entre cliente e profissionais liberais, entre fraqueado e franqueador, comercio e indústria e ... Isso não vai parar nunca! Onde houver mais de uma pessoa, negociando, comprando e vendendo, prestando serviços e lá estará algum ¨barraco¨. Desconta-se no trânsito, nas lojas, no ambiente familiar e também no ambiente de trabalho; toda a infelicidade de um mundo esquisito, cheio de crises,, de bolhas, de terremotos, de chuvas que não param, secas que matam e como as comadres rezadeiras vivem profeciando :
- ¨É o fim do mundo!!!¨
Daqui deste sertão maravilhoso em meio a paisagem parasidiacas, sem transito, violência, estresse; reflito - ¨Benditos os que desaceleram seus pensamentos, que eliminam o apego ao poder, a pessoas e posses; benditos os que perdoam e se doam aos próximos. Bendita essa paz de espírito que é o maior sinônimo de saúde física mental e da alma!!!”
Viver é tão simples... E assim sendo, como é complicado viver!!!


sábado, 17 de abril de 2010

SONHO


O sonho é o guardião do sono. E o sono pode ser fisiológico ou patológico, dependendo do ciclo sono/vigília (hora de dormir e de acordar). Patológicos são aqueles que ocorrem quando acordamos tarde, quando há excesso de sonhos e a conseqüente perda de vitalidade e memória.
Trabalhamos apenas com 12% do poder do psiquismo humano e só utilizamos os outros 88% através dos sonhos, quando temos uma ampliação da consciência periférica que nos permite ter acesso a elementos que não pertencem ao nosso dia-a-dia. Durante o sonho não há um domínio sobre tempo e espaço, e o cérebro o interpreta como se fosse realidade. Para a física quântica, o sonho é a única “realidade real”.
O cérebro encerra experiências que transcendem qualquer tipo de conceito de tempo e espaço. Durante o sonho ocorre um aumento de neurotransmissores responsáveis pelas sensações e percepções, que começam a abrir portas de contato com essas experiências e, dependendo do estado de humor, podem ser “good trips” ou “bad trips” (boas ou más viagens). As boas significam sensações prazeirosas, paradisíacas, com melhora do humor diurno. As más viagens são os pesadelos, avisos de sobrecarga cerebral.
Quem tem pesadelo com freqüência precisa melhorar a qualidade afetiva e do humor, harmonizando o pensar, o sentir e o agir. E quem tem sonhos profissionais fatalmente irá cair no stress, pois o cérebro não descansa durante o sono.
Fatores como alimentos pesados à noite, uso de cafeína, medicações e poluição sonora interferem na quantidade e qualidade do sono e até mesmo na temática dos sonhos – que passam a ser desprazeirosos e angustiantes.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

ORAÇÃO DO MÉDICO



“Tende piedade, meu Deus, daqueles que têm o encargo da cruz dos outros, daqueles que se fizeram salvadores”.
Salvador de todos, dai-me a Luz. Esclarecei-me na obscuridade do outro para que comprometido a penetrar o segredo dos corpos e das almas, não me engane no caminho e venha ferir no meu passar.
Dai-me o Amor, para que sob o peso do meu próprio sofrimento e, talvez, sem ajuda para mim mesmo, encontre sempre uma palavra de doçura, uma acolhida que dê abrigo, uma força para o desesperado que me aguarda.
Dai-me a Graça, para que em meu mau momento, e minha incerteza, em minha fraqueza de homem, na minha perturbação, permaneça sempre sábio, sempre bom, sempre puro, digno da dor sagrada, cuja fé a mim se entregou.
Dai-me a Fidelidade na misericórdia para que não me esqueça e jamais abandone o menor dos miseráveis que a mim se confiou.
Dai-me, meu Deus, a Força para que o demasiado peso de todos não me venha quebrantar, para que o abatimento que carrego não atinja a minha alegria, para que a ferida que penso não me faça mal”.


Marie Neel (texto adaptado)

É normal sentir ciúmes?


Depende muito do temperamento. Há pessoas que naturalmente são mais ciumentas, por serem mais inseguras, possessivas e possuírem um grau de desconfiança maior. Há pessoas que sentem pouco ciúme, pessoas que não sentem ciúme nenhum e há aquelas que são até doentes por causa do ciúme. O ciúme é uma questão da natureza humana e é tão maior quanto menor o grau de segurança própria. Na paixão, costuma ser maior, já que a paixão envolve intensidade e necessidade de estar sempre com o objeto amado.
Num relacionamento, os jogos de ciúme são ruins. Esses jogos são uma tentativa de provocar no outro o sentimento, ou por insegurança ou para se provar que o outro gosta, como se ciúme fosse sinônimo de gostar

Ser “pai e mãe” é padecer no paraíso?


Lembra do sonho de ser pai (mãe)? Dos anos dourados, do casamento, a expectativa da gravidez, qual será o sexo?
Os pais, estão queixando do “pesadelo” que é criar, educar, impor limites nos seus adolescentes “esses monstrinhos” tão mal compreendidos na sua rebeldia, “piercings”, brincos, tatuagens, maconhas e gravidez precoce?
Qual a melhor profissão para nossos filhos: aquelas em que eles têm talento, dom ou será que é seguir os “negócios dos pais?
Como transmitir nossa sabedoria aos filhos, se eles são tecnofílicos “viciados em eletrônicos” e nos acha um “saco”?
Vamos substituir a individualidade dos sofrimentos do adulto – no trabalho financeiramente, na família e no social pela plenitude da interatividade, cooperação e solidariedade, fazendo da multimídia não uma finalidade e sim instrumento de vida.
E venhamos e convenhamos: será que gostaríamos de ser filhos de nós mesmos?!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Cinco desafios e cinco soluções para o empresário moderno


Qualidade de Vida do Empresário

1) Administrar o estresse:

Stress é reação normal e necessária que permitiu o mamífero dominar a terra. Aumenta em 10 vezes a agilidade, força, raciocínio quando enfrentamos uma ameaça real, desencadeando a reação “lutar ou correr”! Mas aqueles que erradamente ativarem essa reação criando “inimigos imaginários” sofrendo por antecipação, criando “problemas”, multiplicando preocupações, preparem para viver a cada dia o inferno existencial: mau humor, irritação, insônia, baixa produtividade, cansaço e por ai vai ...

Solução: Até que consiga mudar o conteúdo mental que ensinará a “desligar” e interromper as pensações ligadas ao trabalho e à empresa (aguarde as próximas cartilhas) comece a mudar imediatamente rotinas diárias que desencadeiam o mau estresse:
a) Elimine a cafeína de sua vida: O cafezinho, refrigerantes em geral, principalmente diet e do tipo cola, chocolates, chá-mate ou preto. A cafeína é o pior hábito e o maior desencadeador de quadros de folias, pânicos, insônia, irritação, impaciência. Atualmente o maior inimigo do bom humor e bem estar.
b) Exercício aeróbico diário: não importa se for caminhadas, corridas leves, natação (o melhor) ciclismo (ergométrica ou de rua). O exercício aeróbico faz os neurônios produzirem substâncias químicas – endorfinas, encefalinas, anandaminas por exemplo – que são os maiores anti-stress natural além de serem ÓPIOS com melhora do humor, disposição, memória, sexualidade sono entre outros. Aliás você já viu lixeiro mal-humorado, carteiro com dor nas pernas, vaqueiro com insônia?
c) Vício em tecnologia: celular, lap top, TV a cabo e a pergunta: Você é capaz de se desligar? É dependente desses instrumentos? Transformar essas ferramentas fantásticas em escravidão eletrônica é caminho certo para explosão do estresse.
Solução: A disciplina de horário de ligar e desligar celulares, TV, Internet, de tal maneira que os que querem falar com você passem a respeitar a relação hora de trabalho x hora de família, do lazer, do descanso. “Doutor eu não consigo ficar sem meu laptop e celular”! E eu pergunto “Como você sobrevivia na época do telefone fixo comercial e residencial?
Quer mais dicas anti stress? Pega o prospecto Ecologia Humanas – 26 Dicas naturais.

2) Tempo: mais que uma dimensão, o bem mais valioso a ser resgatado.
No mundo globalizado, rápido, tecnológico, nem percebemos no dia-a-dia a velha frase: “Estou sem tempo” “o tempo voou” “Cadê tempo”. Mas como diria meu avô Cocao de Abaeté – Dores do Indaiá no sertão mineiro: “Desde que o mundo é mundo, o dia tem 24 horas, o sol insiste em nascer no leste e se por no oeste, a cada 7 dias, temos uma nova lua e a Terra gasta 365 dias e 4 horas para dar uma volta completa em torno do sol. Então não é a natureza que endoidou e sim a mente do ser humano”. Graças a Deus, morreu sábio, feliz aos 94 anos e ainda nem havia a Internet, mas o nervosismo, a correria, a loucura do início dos anos 90 já anunciava o CAOS que se avizinhava.
Solução: Aprender algumas regras simples, e uma equação do bem-viver: D=E+R ou Decisões equivalem a saber Escolher e sendo assim simultaneamente Renunciar as outras opções. Exemplo: Ao invés de ficar zapeando na TV a cabo num troca-troca de canais, escolha um que estiver com a melhor programação para seu estado de espírito e assista do começo ao fim o programa, da MESMA FORMA aja com o tempo: eleja o que for prioritário, prazeroso e delimite tempo para o trabalho, para o sono, para o lazer, família,a vida social. Um exemplo da natureza: um mamífero gasta 30% do tempo dormindo, 30% caçando (“trabalhando”) e 40% do tempo observando as leis naturais, adquirindo conhecimentos para se tornar um melhor predador e aprendizado para não ser predado.
Tempo é a matéria-prima da sabedoria, e os maiores sábios, inventores, pioneiros que se tem notícia, eram pessoas que usavam o tempo a seu favor. Eis uma contradição: quanto maior o tempo gasto com informação (internet, TV, multimeios) menor o conhecimento adquirido - já que a informação cria dependência, é controversa, se baseia em formadores de opinião. Já a sabedoria impõe a necessidade de experimentar tentar e errar, tentar e acertar e assim criar o próprio conhecimento. Resgatar o tempo, ser dono dele, usá-lo de forma sábia, e aí estará um empresário bem sucedido existencialmente falando.

3) Sono: Recarregar as baterias para um novo dia:
O único mamífero que não consegue dormir bem, tem insônia é o ser humano. E dormir bem passou a ser um item tão essencial, que os que conseguem uma qualidade de sono sai na frente em qualquer profissão, na vida em família, na preservação do bom humor. Hoje sabe-se que o sono lidera em importância o item que mais nos defende contra a senilidade ou Alzheimer pois, a memória é absolutamente dependente do bom sono. O raciocínio, capacidade de trabalho, a tolerância, serenidade são conseqüências de quem concilia boas noites de sono. Como melhorá-lo?
Solução: Hoje as neurociências (estudo do funcionamento do cérebro) abriram uma nova área chamada cronobiologia: a relação entre sono/vigília, relógio biológico, fusos horários. Eis algumas regras.

a) Período ideal para se dormir: 22: 00 hs. A parte mais nobre do sono acontece entre as 23:00 horas e 3:00 da manhã. Horário máximo para acordar: 0:6:00 hs. Após esse horário aumenta o sono REM, que é o sono do sonhos, desvitalizador e depressivo.
b) Nunca dormir durante o dia ou finais de semana, sono que, ao invés de descansar, cansa.

c) Repouso de 40-50 minutos após o almoço: Para quebrar o ciclo bifásico sono/vigília.
d) Aos jovens recomenda-se não trocar o dia pela noite, principalmente nos fins de semana.Uma noite em claro requer sete dias para regular o relógio biológico. Se forem duas noites (sexta e sábado por exemplo), simplesmente haverá quebra do fuso horário. Equivale a ir a Tóquio e voltar no dia seguinte. Isso ocasiona mau-humor, dificuldade de aprendizado, irritação, agressividade, entre outros distúrbios.

4) Trabalho: prazer ou obrigação?

Pergunta simples, mas essencial, pois dependendo da resposta o seu cérebro pode estar se desgastando ou se renovando a cada dia. Tudo o que fazemos sob a pressão do estresse, das obrigações e deveres pressiona uma área do cérebro chamada Sistema Límbico, que coordena o stress e as emoções, e com isso perdemos substancias químicas, serotonina, noradrenalina, dopamina e da-lhe irritação, angústia, baixa produtividade, mau-humor. Em contra-partida quando sentimos prazer, satisfação, alegria nas atividades cotidianas, com a sensação de recompensa, nosso cérebro produz substâncias como endorfinas, anandaminas e outras que servem como um “dopping” natural nos fazendo extremamente produtivos, com ótimo humor, bem disposto o que resulta um nível de motivação, entusiasmo essenciais para o nosso bom desempenho.
Solução: ter a coragem de mudar, se renovar, corrigindo a nossa forma de trabalhar, recuperando a parte física e psíquica, revendo a opção em trabalhar naquele setor, se tem o dom para assumir a carga de ser empresário, se consegue conciliar o peso da responsabilidade com a maneira de lidar com família, com o lazer, com a vida social. Ficar atento com o vicio do trabalho – workaholic – que se torna dependente da vida profissional, dedica-se exageradamente às suas tarefas e sente culpa quando não está trabalhando. Atenção vício não combina com prazer!

5) O bom e o mau dinheiro: a arte de lidar com a vida material
Não basta ganhar dinheiro, é fundamental entender o papel dele na nossa vida: desde a habilidade de multiplicá-lo até a sabedoria de usufruí-lo. Vejamos o que diz um sábio bíblico – Eclesiastes. Um rei judeu que viveu há 3 mil anos atrás: “Bendito é o sono do trabalhador tenha ele pouco ou muito para comer, MAS A ABUNDÂNCIA DO RICO O IMPEDE DE DORMIR” (Eclesiastes 5.11). Eu que o diga, a quantidade de insônia que já atendi. Mas como ele define o MAU DINHEIIRO: “Vi uma dolorosa miséria debaixo do sol, as riquezas que um possuidor guarda para a sua DESGRAÇA – Caso essas riquezas venham a se perder em conseqüência de algum desagradável acontecimento se ele tem um filho nada lhe resta em sua mão. Nu saiu ele do ventre de sua mãe, tão nu como veio sairá desta vida, e pelo seu trabalho nada receberá que possa levar em suas mãos. E que vantagem terá ele por ter trabalhado para o vento? Todos os seus dias foram consumidos numa sombria dor, em extrema amargura. No sofrimento e na irritação “(Eclesiastes 5.12.16). Ta vendo: isso é a pior pobreza de espírito que existe – ter dinheiro que traz dor, amargura, sofrimento, irritação.
E como será que esse observador e sábio descreve o “bom dinheiro”? Basta ler o trecho Eclesiastes (5.17 a 18). “Eis o que reconheci ser bom: que é conveniente ao homem comer, beber, gozar de bem-estar em todo o trabalho ao qual ele se dedica debaixo do sol, durante todos os dias de vida que Deus lhe dá. Essa é a sua parte. Se Deus dá ao homem bens, riquezas e lhe concede delas comer e tomar a sua parte e SE ALEGRAR no seu TRABALHO, isto é um dom de Deus!” Fantástico repara que nada contra as riquezas, o comer e beber, os bens. A grande sabedoria é a ALEGRIA para lidar com a Riqueza.

Sugestão: Repensar sua vida e com humildade perguntar-se: Tenho alegria no meu dia-a-dia ou a dor, amargura, sofrimento e irritação tem sido a constante na minha vida, na minha empresa, na minha família? É hora de buscar um NOVO TEMPO em uma nova forma de viver!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O PRAZER DE TRABALHAR




O ambiente era agradável, e a fisionomia dos funcionários refletia isso. Havia um dinamismo, tudo funcionava num clima amistoso.
Adriana, jeito esperto, brincalhona
- Ô moçada, hoje ainda é dia 23 e á conseguimos alcançar 95% da meta...
Aplausos, assovio e o maestro Kleymond gerente competente e de resultados foi logo enquadrando a turma.
- 95 não é 100! Tratem de mostrar serviço pois, nossa meta é ultrapassar em 20%. Portanto faltam 25% para nosso objetivo.
- Mas ô Kley, é lógico que a gente chega lá, relaxa! Brincou o Soares.
- Lógica em vendas não existe, não é mesmo. Nosso tema é confiança, seriedade de propósitos e perseverança: resultado é conseqüência.
- É isso, vamos à luta! Arrematou a Adriana.
Às vezes uma piada, o comentário de um jogo, a gozação ou uma pegadinha servia para animar o trabalho, mas o que mais impressionava é que a produtividade era alta, cada um consciente das obrigações e deveres.
- 16:30, hora da reunião! Anunciou o Kley.
- Pô, nem vi o tempo passar, comentou o Zé de Paula. Rapidamente os 16 funcionários já colocavam as cadeiras em roda. A reunião era diária, durava 30 minutos e Kley dividia em avaliação do trabalho e na segunda etapa, problemas de relacionamento, sugestões críticas.
- Olha Kley, iniciou o dedicado Oswaldo, queria demonstrar que os custos com telefone, luz e acessórios de escritórios ainda estão altos.
- “Sugestões senhores e senhoras”, disse com seu jeito tranqüilo mas prático o gerente.
- Reaproveitar as costas dos papéis de relatórios errados ou antigos, sugeriu o Zé de Paula.
- Rever o plano empresarial, pois o mercado é dinâmico e estou analisando outras bandeiras e já encontrei uma tela com custos/benefícios que nos traria ganhos até de 28%/mês! Concluiu o Davi.
- “Como sempre digo a vocês: Elogio em público, crítica em particular – Parabéns Davi, é como eu sempre peço a vocês ter iniciativa, localizar algo que possa ser melhorado, buscar solução com autonomia. Vestir a camisa, agir como dono sentir-se um pouco dono. Gente uma salva de palmas! A turma aplaudiu divertida.
- Olha, lembre-se que não foi fácil mostrar a diretoria que a PL (participação no lucro) nos daria o prazer de a cada dia buscar o melhor de nós. Prazer no trabalho significa rendimento, bom-humor e resultado. Trabalhar sob estresse e pressões é adoecer, criar ambiente de irritação, conflitos, aversão! Arrematou o Kleymond
- Ô Kley, tenho aprendido muito com você e no meu TCC (trabalho de conclusão de curso) em Administração, minha tese será: Produtividade: o desgaste psíquico ou o estímulo como elemento gerencial.
- Puxa-saco! Zoou a Adriana.
- Homenagem justa, corrigiu o Zé de Paula
- Por falar em estímulo e gratificação interferiu o Kley, quero dizer que se ... que se mantivermos motivados e cooperativos, minha estimativa é que esse ano só de participação de lucro, teremos 3 salários a mais!
- Olha o meu carrinho aí, gente e após a alegria de abraços e assovios
- Todo mundo á postos, falta ainda 1 hora de trabalho, à luta equipe!
Quem assistisse a cena não acreditaria como pessoas tão diferentes, com distintas habilidades podiam funcionar como uma orquestra. Aliás, tendo o Maestro Kley dá para entender o que é gerenciar a alegria e satisfação e obter resultados.









terça-feira, 13 de abril de 2010

CASOS DE EMPRESAS:




Certa vez fui procurado por um empresário da construção civil. Reclamava da piora da mão-de-obra ano após ano, dizia que cada vez o número de funcionários que recorriam à justiça de trabalho crescia assustadoramente, mas a sua revolta, ou como ele disse o “quase infarto” ocorreu na sua última obra, um prédio de 10 pavimentos e 40 apartamentos de alto padrão na zona sul recém habitado, e houve uma saraivada de queixa dos proprietários: entupimentos, alagamentos de cozinha, banheiros, até que ao levar técnicos teve que quebrar paredes e constatar que os “peões” haviam propositalmente entupido encanamentos, vasos sanitários ou seja detonado a parte hidráulica.
O grande questionamento feito para mim um neurocientista, psiquiatra, pesquisador da natureza e comportamento humano, era a razão desse fato e como mudar essa postura cada vez mais comum nessa guerra patrão – empregado?
O comportamento humano, expliquei é ainda muito animalesco, típico de um mamífero qualquer. Uma experiência explica e soluciona este fato: se colocarmos um ratinho numa jaula, e se ele apertar o botão preto e tomar um choque e se apertar o botão branco e cair um pedaço de queijo, é lógico que ele se condicionará a só apertar o botão branco. Se de um lado está um estímulo prazeroso, gratificante, recompensador e de outro um estímulo desprazeroso, punitivo, que causa dor, naturalmente a tendência é buscarmos a recompensa e termos aversão ao que nos provoca dor, sofrimento. Ao terminar uma construção de “rico”, que o funcionário constrói, mas nunca terá, o único poder que lhe resta é causar sofrimento nos “ricos”, com um estímulo desprazeroso seja indo à justiça do trabalho ou entupindo a tubulação. Qual a estratégia a ser usada?
Como esse empresário tinha 2 outras construções em andamento, foi solicitado a escolher entre engenheiros e mestre de obras, os mais antigos, fiéis e de melhor relacionamento com os empregados.
No dia da reunião, eles foram convidados a se manifestar sobre a razão de tantos problemas seja na justiça do trabalho ou as sabotagens ao final das obras, o que sugeria revolta contra patrão, “sacanear” os ricos, reinvidicar “os direitos” já que só os patrões ganham muito e pagam um “salário de Fome” entre outros.
A estratégia seria o seguinte: tanto engenheiros quantos mestres-de-obras em conversas informais diriam que hoje diante de tanto problema trabalhista, as firmas estavam buscando no computador da justiça quais os empregados que entravam contra patrões e que no futuro, quem estivesse na lista não arrumaria mais trabalho pois, ficaria na lista dos encrenqueiros, e contariam que a indústria de móveis tinha falido pois, uma época todo marceneiro entrava contra as empresas. Elas não agüentaram faliram e o trabalho ficou difícil.
A segunda estratégia foi de estabelecer metas e prazos que se fossem conseguidos além das cestas básicas, haveria uma recompensa financeira, um extra, bem como se melhorasse a perda dos materiais de construção e que próximo ao fim da obra, além de um churrasco para todos, eles receberiam Certificado de bom funcionário e uma quantidade de carne para churrasco na sua casa.
Bem, não só houve uma redução impressionante dos problemas de justiça de trabalho, como também, “as sabotagens” desapareceram e a fidelização do peão à empresa além de fazer questão de apresentar familiares, amigos, vizinhos para vagas que se abriam. Moral da História: Ao buscar uma ajuda uma consultoria na área do comportamento e psicologia aplicada ao trabalho e modificarmos pequenos detalhes na relação empresa-funcionário, funcionário-funcionário, obtém-se grandes resultados práticos e melhorando a imagem da empresa, e produtividade e ambiente de trabalho.
Mudar o comportamento é melhorar o resultado.







segunda-feira, 12 de abril de 2010

Revista Nobel: Por que um médico, renomado decide ser escritor?



Reprodução da Entrevista Revista Nobel x Eduardo Aquino – Ano IX nº 32 – Março/Abril de 2000.


Eduardo Aquino: Há muitos anos venho ministrando palestras para um público extenso e variado. Esse público e os meus pacientes sempre me pediam, para escrever. Resolvi colocar no papel as minhas idéias, dicas e sugestões de um novo modo de vida. Primeiro, foi o romance Bem Vindo à Vida. Depois o Pequeno Manual de sobrevivência na selva das grandes cidades.

Revista Nobel: Você tem um livro de perguntas e respostas para os jovens?
Aquino: Sim. Venho colecionando as perguntas que me fazem os jovens, pais e professores nas palestras e debates que realizo. O livro O que os jovens gostariam de saber e os adultos têm dificuldade de responder é fruto desta coletânea com as respostas simples e diretas sobre sexualidade, relacionamento pais e filhos, drogas, etc..
Revista Nobel: Como é escrever para essa Turma?

Eduardo Aquino: Eu tenho ótima relação com os jovens. Tanto que acabo de lançar mais dois livros infanto-juvenis. Um é sobre Timidez Tião Vermelhão, o vergonhoso que venceu a timidez. A necessidade de abordar esse tema partiu da constatação do que nunca o jovem teve tanta dificuldade de se comunicar social e afetivamente como agora. O outro é sobre as drogas – Xará, o Doidão, que começou na maconha e terminou no pó – uma história de ficção sobre a trajetória das drogas. As campanhas antidrogas são confusas e ineficazes. No fim do livro dou o meu depoimento como médico – uma visão científica com exames, ilustrações e informações fundamentais – para que os jovens e pais tirem suas próprias conclusões.

Revista Nobel: Esses livros são exclusivamente voltados para os jovens?

Eduardo Aquino: Não! Apesar de ser dirigida para os jovens, é literatura importante para os adultos – pais, pedagogos e profissionais - que trabalham com o comportamento infanto-juvenil. Tenho convicção de que contando histórias e sendo lúdico é que transferimos conhecimentos para os jovens.
Revista Nobel: Fale-nos sobre Labirintos do Corpo e da Alma. É o seu novo livro para os adultos?
Eduardo Aquino: Sim. Este projeto começou como uma simples apostila para meus pacientes e acabou virando em livro manual. Nele procuro mostrar que corpo-cérebro-mente-e-alma são dimensões inseparáveis da existência humana e que é no seu desequilíbrio que surgem as doenças. O estresse e a depressão são temas universais e de interesse geral. É impressionante como cresceu nos últimos tempos a “dor na alma” (é como chamo o estresse e a depressão).
Revista Nobel: Gostaria de acrescentar mais alguma coisa?
Eduardo Aquino: Procuro mostrar em meus livros que a “dor na alma” tem possibilidades reais de cura. Sugiro que cada um procure repensar seu modo de vida buscando o equilíbrio interior.

































domingo, 11 de abril de 2010

PODER: uma doença incurável

Coluna Eduardo Aquino para o Jornal Super Notícia do dia 11/04/2010.


É até engraçado, por vezes “bizarro”: seja para eleição de condomínio, para presidência de um Conselho Regional de Medicina, CREA, representante de turma, passando por reitor de universidades, presidência da OAB, presidente de câmaras municipais e chegando a altos cargos do Executivo, Câmara dos Deputados, Senado, tribunais superiores: lá estará presente toda a pobreza de espírito e o ¨fétido¨ odor das carnificinas: das guerras de ego e, pior ainda, as asquerosas vaidades doentias, ciúmes patológicos, a asquerosa adulação, bajulação, ou simplesmente o puxa-saquismo dos parasitas do sucesso alheio.
Sim, a imaturidade da civilização em tempos do materialismo na base do “todo mundo tem um preço! ”Se todo mundo corrompe, então isso é normal! porque não eu?” e haja desalento da ética, moral e bons costumes.
E começa um processo sem limites que pessoas aparentemente idôneas, começam a mudar o caráter, vira outra pessoa. A vaidade começa a crescer na mesma medida que células cancerígenas vão tomando conta do corpo. O egocentrismo, egolatria (amar a si mesmo, ser ídolo de sí) fazem com que ministros, bispos pedófilos, médicos corruptos, empresários desonestos, executivos ambiciosos, chefes do tráfego, policiais meliantes, advogados do diabo (e assim por diante) abandonem toda sua moral, ética, princípios e “cegos de poder topam qualquer negócio” que lhes dê o carro importado, as mansões, e o chamado pacote completo: mulheres lindas e libertinamente interesseiras, o abuso de bebidas, drogas, viagens, festas de embalo. Caminho sem volta e como dizem os índios “Consciência nada mais é que uma pedra de 3 pontas: se agirmos mal, ela rola e a consciência dói. Se continuarmos sempre agindo mal, a pedra esmerila e a consciência já não dói”
Vi milhares de histórias e, creiam, nunca terminaram bem, afinal o “diabo” vem com a conta! Não acredita nisso?, Então está bem, mas pesquisas em consciência onto-genética, memórias periféricas, psiquiatria transpessoal, Tanatologia ao estudar a “quase morte” já admitem uma ¨consciência não material¨ após a perda da vida biológica. Assim, mudamos de nível e para onde formos na eternidade, colheremos o que aqui plantamos. Já pensou um terrível horroroso pesadelo, sem alivio de acordar?!
Assistam os filmes: “Constantine”, “Os Outros”, “O Sexto Sentido”,”O Advogado do Diabo”. Seus efeitos especiais são orientados por tanatologistas, psiquiatria transpessoais e de R.V.P.. Quanto a mim , aos 51 anos confesso: minha consciência dói se ajo mal, ainda que bem intencionado. Assim escolhi “a porta estreita e o caminho apertado, que conduz a verdade”, pois com tristeza vejo amigos, familiares, antigos ídolos, entrando ¨pela larga porta e espaçoso caminho que conduz a ¨ perdição ¨.

sábado, 10 de abril de 2010

“Respirem fundo e pensem que os nossos ‘grandes problemas’ são insignificantes frente à imensidão da vida e de Deus”.

Entrevista Eduardo Aquino para o Jornal Nosso Clube
Informativo do Clube dos Oficiais – Ano II – Nº 12 – Agosto de 1997

Trechos dos livros de Eduardo Aquino.

“Os caminhos que percorremos são os mesmos: os dias, as horas, as estações do ano, os meses, os anos. Tudo gira, circula, vai e vem, se expande e se contrai, repetindo sempre. Mas o segredo e a beleza do caminho estão em perceber cada ciclo, trazendo novos caminhos, novas percepções, novos ângulos”.

Jornal do Nosso Clube – Por que o senhor escreveu os livros “Bem-Vindo à Vida”, - “O que os jovens gostaria de saber e os adultos têm dificuldade de responder” e o “Pequeno Manual de sobrevivência na selva das grandes cidades”?
Eduardo Aquino – No primeiro livro, quis enfatizar a vida,a morte e a eternidade, visando à ciência para a compreensão do comportamento humano. No segundo livro, existe uma coletânea de perguntas e respostas sobre sexualidade, escolha profissional e vários outros assuntos. É um livro facilitador de relacionamento entre pais e filhos e profissionais. Finalmente, no terceiro livro, que, com muito humor, chamo de livro de banheiro, tento mostrar que quem mora em cidades grande perde a qualidade de vida.

Jornal Nosso Clube – O homem de hoje, mesmo com todas as vantagens tecnológicas, não está vivendo bem?
Eduardo Aquino – No início do século, uma em cada 100 pessoas tinha depressão e ansiedade. Hoje, 48%, independentemente da cidade em que vivem, sofrem dos mesmos males. Essa mostragem dá bem uma idéia do que o ser humano está fazendo de sua vida.

Jornal Nosso Clube – Como as pessoas poderiam evitar esse desgaste?
Eduardo Aquino – Recuperando a alegria de viver, que se perdeu no mundo moderno. Um jovem formando luta como pode, para conseguir vencer na vida. Quando isso ocorre, ele fica limitado às quatro paredes, esquecendo-se da família, dos parentes e da natureza.
Jornal Nosso Clube – Existem fatores externos que podem deteriorar, ainda mais, essa qualidade de vida?
Eduardo Aquino – Os conflitos da família, no emprego, a dificuldade de locomoção nos grandes centros, bem como o uso de bebidas alcoólicas e drogas, são elementos coadjuvantes para que se perca a alegria de viver.
Jornal Nosso Clube – O consumismo imposto pela mídia ajuda a aumentar o estresse que tomou conta da humanidade?
Eduardo Aquino – Hoje, existe um consumismo desenfreado, um bombardeamento de propaganda em detrimento da sabedoria. A atuação da TV é perniciosa; para cada 16 comunicadores de coisas boas, existem 97 fazendo o mesmo, só que para informações ruins.
Jornal Nosso Clube – Existe uma saída para esse estado de coisas?
Eduardo Aquino – Lembro sempre, em minhas palestras, que o brasileiro está exportando alegria e importando preocupações com programas de qualidade total japoneses, que restringe cada vez mais o espaço das pessoas em prol da tecnologia.

Jornal Nosso Clube – A Bienal do Livro é importante para um escritor?
Eduardo Aquino: Ela dá a possibilidade de escritores, até mesmo de Belo Horizonte, nacionalizar e até internacionalizar o seu trabalho.

Jornal Nosso Clube - Como serão suas palestras no COPM?
Eduardo Aquino – Pretendemos tentar resgatar a simplicidade e a sabedoria de volta à natureza, com a finalidade de combater o estresse e o excessivo apego a valores que nada contribuem para o crescimento do homem.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

“Na educação de hoje, muitas vezes os pais estão abrindo mão de seu papel de educadores para repassá-lo à escola”

Reprodução da Entrevista Dr. Eduardo Andrade Aquino para a Entidade AMAE – (Associação Mineira de Ação Educacional)Educando nº 246 – Setembro de 1994.


AMAE – Como você define uma família bem estruturada?

Eduardo Aquino – Essa é uma família que se relaciona. Hoje o maior problema de uma família desestruturada é ausência de relacionamento. E o principal motivo dessa ausência de relação é a falta de tempo que tem caracterizado a vida moderna. Além disso, é importante perceber que, na família bem-estruturada, o processo de educação acontece muito mais no aspecto do exemplo, da linguagem não-verbal.

AMAE – Você tem visto muitas famílias assim?

Eduardo Aquino – Na educação de hoje, muitas vezes os pais estão abrindo mão de seu papel de educadores para repassá-lo à escola. Está havendo uma certa acomodação nesse aspecto. Além disso, a família está abrindo mão de um divertimento conjunto em nome da televisão, dos brinquedos eletrônicos. Eu vejo dois grandes problemas na família moderna: a família não se reúne e, hoje em dia, os pais tendem à acomodação porque têm que lidar com a falta de tempo.

AMAE – Quais as conseqüências dessa situação para o ser humano?

Eduardo Aquino – Aquela teoria antiga, que acreditava que a relação entre pais e filhos é que seria responsável por alterações de comportamento, depressão e fobias, já caiu por terra.Hoje sabemos que o próprio ser carrega dentro de si tendências que são inatas. Mas o meio ambiente e a família, em particular, podem atenuar ou acentuar determinadas tendências.

AMAE – Então, não cabe a família o papel de responsável pela formação de um ser sadio psicologicamente?

Eduardo Aquino – A família é um instrumento, mas não é necessariamente o fator causal dos problemas no psiquismo humano. Quantas vezes não vemos uma família em que pai e mãe são desestruturados e os filhos vão bem na vida? Pode acontecer também o contrário, e ambas as situações demonstram que o meio ambiente é importante, mas não determinante.

AMAE – No mundo de hoje, os pais ainda precisam ter disponibilidade para acompanhar a vida dos filhos?

Eduardo Aquino – Mais que necessário, isso é fundamental. Não tanto a disponibilidade de tempo mas, sobretudo, a sua qualidade. A criança, desde a mais tenra idade, começa a se relacionar com o meio que a cerca. E essa criança tem um tempo que o adulto não tem, pois ela observa. E é exatamente na observação do meio que a cerca que a criança está aprendendo. É um erro do adulto acreditar que a educação é meramente uma questão formal. O adulto ensina a partir do momento em que pratica uma vida saudável. As atitudes do dia a dia já são uma forma de educação. Quando há disponibilidade, ainda que qualitativa, tanto melhor.

AMAE – Quais as reais necessidades dos filhos no mundo moderno?

Eduardo Aquino – O grande problema está, sobretudo, na área afetiva. O afeto é uma das questões de sustentação da criança em relação aos pais. A criança tem necessidade de proximidade, de atenção. Se um pai é viciado no trabalho, a criança não tem referencia de uma figura masculina e, por isso, a tendência é de uma insegurança maior, que hoje passa despercebida mas, na adolescência, pode se transformar em alguns sintomas, como stress, depressão e fobias. O pai não deve estar ali só para pagar as contas e gerar conforto.

AMAE – O que se pode aprender de mais valioso numa atmosfera familiar, onde o afeto seja um valor imprescindível?

Eduardo Aquino – Ambientes familiares saudáveis também significam meio caminho andado para um caminho de felicidade pessoal de um membro daquela família.

AMAE – Quais são as outras responsabilidades da família, hoje?

Eduardo Aquino – A família talvez seja a maior célula de uma ambiente comunitário. Ela vai, inclusive, reproduzir em si mesma as questões ligadas a toda a sociedade, ou seja, a competição, a inveja, a cobrança, a vigilância sobre o outro. Então a família deveria ser um protótipo para que aprendêssemos a viver socialmente, exercer uma relação onde houvesse respeito, inclusive na compreensão das diferenças. A essência da formação da sociedade começa na formação familiar.

AMAE– Qual é, então, a maior contribuição que a família pode dar à sociedade?

Eduardo Aquino – Antigamente as regras na família eram muito rígidas e estratificadas. Depois esses valores foram renegados e aconteceu exatamente o contrário: casamentos muitos abertos e separações muito freqüentes, além de liberalidade exagerada na educação dos filhos. Estamos em busca de uma terceira situação, ou um meio-termo. São mudanças procuradas também na área econômica, social e política. Tenho para mim que é dentro do processo da família que a sociedade muda num aspecto macroscópico. É na família que essa revolução está se operando. E tenho também notícias boas: vejo que algumas famílias jovens, adolescentes e crianças estão com novos valores, preocupados com a ecologia e com uma relação familiar mais saudável. O mundo está numa fase critica em todos os aspectos, mas já estão surgindo uma nova geração de idéias e de famílias.

AMAE – O que ainda não vai bem na família?

Eduardo Aquino – Um dos grandes problemas da família moderna é o sistema competitivo, uma imaturidade geral. Defino como imaturidade, por exemplo, o egoísmo, o egocentrismo, um compromisso de êxito alto, o temor do fracasso ou frustração, a necessidade de ser reconhecido, o excesso de competitividade, os jogos de culpa e de ciúme. Quantas vezes a educação não se faz em cima dos jogos de culpa, por exemplo? Enquanto formos seres imaturos, seremos incapazes de educar.

AMAE – Que outros valores os pais devem cultivar para serem bem-sucedidos na sua função educadora?

Eduardo Aquino – Só serão bons educadores, sejam pedagogos ou pais, aquelas pessoas que estiverem bem pessoalmente. O que noto hoje em dia é uma imaturidade muito grande dos pais e dos próprios pedagogos para lidar com a criança, que está muito mais informada e rebelde. É importante perceber que nós teríamos que começar a ensinar alguém, à medida em que nós próprios adquiríssemos esses ensinamentos. Tenho visto adultos pessimamente informados, com inibições afetivas muito grandes. Tenho para mim que os melhores educadores são aqueles que estão bem individualmente. Pressupõe-se que, para eu educar alguém, eu próprio esteja educado.

AMAE – Essa dificuldade de educar é responsável pela difícil situação que estamos vivenciando no mundo?

Eduardo Aquino – Estamos vivendo um período crítico. Há cem anos, uma em cada cem pessoas estava sujeita a depressões e ansiedades. Hoje, 48% dos indivíduos estão sujeitos a isso. Este é um mundo que está rápido, insatisfatório, que é moderno, mas conta com pouca sabedoria. Somos muito pouco sábios, somos avançados tecnologicamente, temos conforto, mas não temos padrão de vida. A conseqüência disso é agressividade, hostilidade, negatividade...
A minha proposta é psicopedagógica, preventiva. Só poderemos ter uma humanidade feliz quando começarmos a trabalhar preventivamente, conceituando as coisas, voltando a ter mais tempo, melhorando a qualidade de vida. Isso começa com o adulto e não com a criança.

AMAE – Como você vê a relação entre a escola e a família, da maneira como está estruturada na atualidade?

Eduardo Aquino – Esses papéis estão muito confusos. Tenho visto que a escola tem tido uma série de dificuldades, não com o aspecto pedagógico, mas com o aspecto da formação do aluno. Enquanto não entendermos que, mais de um psicólogo ou orientador dentro do colégio, o que é necessário é que haja tempo e espaço para debater vida com esses jovens, tal qual se ensina Matemática., Português e Química. Eles devem se colocar e debater temas que, muitas vezes, não são abordados em casa. Desse modo, a família vai vendo a escola como compensação do seu pouco tempo e a dificuldade em lidar com seus filhos, assim como a escola, muitas vezes, está desnorteada sobre o que fazer em um pouco processo que muitas vezes nem é pedagógico. A escola está tendo que cumprir determinadas tarefas para as quais está despreparada. Portanto, a relação entre pais e escola deve ser de complementação. Não é justo que a escola traga para si uma responsabilidade que não é dela, assim como também não é justo que os pais, muitas vezes, tenham que preencher lacunas pedagógicas. Pais e escola devem atuar em conjunto.



quinta-feira, 8 de abril de 2010

O medo do afeto é uma realidade atual?

A maior crise mundial é a crise da estrutura afetiva. Por isso, a depressão, as fobias, a ansiedade patológica são alterações da área cerebral ligada ao afeto – o sistema límbico.
Estamos vendo, no século XX, uma prioridade para o pensar, o racional, a tecnologia, a modernidade que nos deu conforto, mas nos deixou carentes de afeto. Daí o medo de gostar, de se envolver, de conviver com sentimentos.
O próximo século será fantástico. Todos iremos perceber que não adianta nos desenvolvermos externamente, se internamente estamos tão carentes, infelizes, vivendo uma vida sem sentido, sem prazer e sem emoção. É preciso resgatar a emoção, o prazer, a alegria e a poesia de viver, é preciso resgatar a alma. O homem do século XX perdeu a alma. Ficou racional e deslumbrado com a tecnologia, deixando de perceber que o verdadeiro sentido da vida é despertar a alma. Viver é ter alma, emoção e prazer, conciliando o bem-estar físico e psicológico, corpo e alma, que são inseparáveis.

Você concorda que as pessoas sem afeto perdem a motivação para viver, para desenvolver-se e crescer?

Sem dúvida nenhuma! Um dos aspectos fundamentais dentro da estrutura do afeto (no chamado sistema límbico ou sistema de emoções, localizado no hipotálamo, uma região do cérebro) é a busca do prazer. O prazer é o maior combustível da vida. Pessoas com uma boa condição de afeto, com sentimentos, que aprendem com a vida a escutar e a falar, têm muito mais alegria e satisfação. Para ter uma vida prazerosa, temos de reaprender coisas básicas, como a importância de escutar, de ter tempo para o outro. Temos de fazer o de que gostamos e não apenas o que dá dinheiro. É importante haver pessoas dispostas a uma cooperação e a um crescimento interior ao lado da gente. O afeto é um alicerce importante para as relações humanas.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

“Respirem fundo e pensem que os nossos ‘grandes problemas’ são insignificantes frente à imensidão da vida e de Deus”.


Eduardo Aquino

Médico, psiquiatra, neurocientista, casado, paletrista, e membro da Associação Americana de Neurofisiologia Cerebral e da Associação de Psiquiatria de New York, seis filhos, autor de 11 livros e ministra palestras em todo o país. Acessos:
eduardoaaquino@yahoo.com.br
www.twitter.com/eduardoaaquino
www.eduardoandradeaquino.blogspot.com


Entrevista Eduardo Aquino para o Jornal Nosso Clube
Informativo do Clube dos Oficiais – Ano II – Nº 12 – Agosto de 1997

Trechos dos livros de Eduardo Aquino.

“Os caminhos que percorremos são os mesmos: os dias, as horas, as estações do ano, os meses, os anos. Tudo gira, circula, vai e vem, se expande e se contrai, repetindo sempre. Mas o segredo e a beleza do caminho estão em perceber cada ciclo, trazendo novos caminhos, novas percepções, novos ângulos”.

Jornal do Nosso Clube – Por que o senhor escreveu os livros “Bem-Vindo à Vida”, - “O que os jovens gostaria de saber e os adultos têm dificuldade de responder” e o “Pequeno Manual de sobrevivência na selva das grandes cidades”?

Eduardo Aquino – No primeiro livro, quis enfatizar a vida,a morte e a eternidade, visando à ciência para a compreensão do comportamento humano. No segundo livro, existe uma coletânea de perguntas e respostas sobre sexualidade, escolha profissional e vários outros assuntos. É um livro facilitador de relacionamento entre pais e filhos e profissionais. Finalmente, no terceiro livro, que, com muito humor, chamo de livro de banheiro, tento mostrar que quem mora em cidades grande perde a qualidade de vida.

Jornal Nosso Clube – O homem de hoje, mesmo com todas as vantagens tecnológicas, não está vivendo bem?

Eduardo Aquino – No início do século, uma em cada 100 pessoas tinha depressão e ansiedade. Hoje, 48%, independentemente da cidade em que vivem, sofrem dos mesmos males. Essa mostragem dá bem uma idéia do que o ser humano está fazendo de sua vida.

Jornal Nosso Clube – Como as pessoas poderiam evitar esse desgaste?
Eduardo Aquino – Recuperando a alegria de viver, que se perdeu no mundo moderno. Um jovem formando luta como pode, para conseguir vencer na vida. Quando isso ocorre, ele fica limitado às quatro paredes, esquecendo-se da família, dos parentes e da natureza.
Jornal Nosso Clube – Existem fatores externos que podem deteriorar, ainda mais, essa qualidade de vida?
Eduardo Aquino – Os conflitos da família, no emprego, a dificuldade de locomoção nos grandes centros, bem como o uso de bebidas alcoólicas e drogas, são elementos coadjuvantes para que se perca a alegria de viver.

Jornal Nosso Clube – O consumismo imposto pela mídia ajuda a aumentar o estresse que tomou conta da humanidade?

Eduardo Aquino – Hoje, existe um consumismo desenfreado, um bombardeamento de propaganda em detrimento da sabedoria. A atuação da TV é perniciosa; para cada 16 comunicadores de coisas boas, existem 97 fazendo o mesmo, só que para informações ruins.
Jornal Nosso Clube – Existe uma saída para esse estado de coisas?
Eduardo Aquino – Lembro sempre, em minhas palestras, que o brasileiro está exportando alegria e importando preocupações com programas de qualidade total japoneses, que restringe cada vez mais o espaço das pessoas em prol da tecnologia.

Jornal Nosso Clube – A Bienal do Livro é importante para um escritor?

Eduardo Aquino: Ela dá a possibilidade de escritores, até mesmo de Belo Horizonte, nacionalizar e até internacionalizar o seu trabalho.

Jornal Nosso Clube - Como serão suas palestras no COPM?
Eduardo Aquino – Pretendemos tentar resgatar a simplicidade e a sabedoria de volta à natureza, com a finalidade de combater o estresse e o excessivo apego a valores que nada contribuem para o crescimento do homem.

“Respirem fundo e pensem que os nossos ‘grandes problemas’ são insignificantes frente à imensidão da vida e de Deus”.





Eduardo Aquino

Médico, psiquiatra, neurocientista, casado, paletrista, e membro da Associação Americana de Neurofisiologia Cerebral e da Associação de Psiquiatria de New York, seis filhos, autor de 11 livros e ministra palestras em todo o país. Acessos:
eduardoaaquino@yahoo.com.br
www.twitter.com/eduardoaaquino
www.eduardoandradeaquino.blogspot.com


Entrevista Eduardo Aquino para o Jornal Nosso Clube
Informativo do Clube dos Oficiais – Ano II – Nº 12 – Agosto de 1997

Trechos dos livros de Eduardo Aquino.

“Os caminhos que percorremos são os mesmos: os dias, as horas, as estações do ano, os meses, os anos. Tudo gira, circula, vai e vem, se expande e se contrai, repetindo sempre. Mas o segredo e a beleza do caminho estão em perceber cada ciclo, trazendo novos caminhos, novas percepções, novos ângulos”.

Jornal do Nosso Clube – Por que o senhor escreveu os livros “Bem-Vindo à Vida”, - “O que os jovens gostaria de saber e os adultos têm dificuldade de responder” e o “Pequeno Manual de sobrevivência na selva das grandes cidades”?

Eduardo Aquino – No primeiro livro, quis enfatizar a vida,a morte e a eternidade, visando à ciência para a compreensão do comportamento humano. No segundo livro, existe uma coletânea de perguntas e respostas sobre sexualidade, escolha profissional e vários outros assuntos. É um livro facilitador de relacionamento entre pais e filhos e profissionais. Finalmente, no terceiro livro, que, com muito humor, chamo de livro de banheiro, tento mostrar que quem mora em cidades grande perde a qualidade de vida.
Jornal Nosso Clube – O homem de hoje, mesmo com todas as vantagens tecnológicas, não está vivendo bem?

Eduardo Aquino – No início do século, uma em cada 100 pessoas tinha depressão e ansiedade. Hoje, 48%, independentemente da cidade em que vivem, sofrem dos mesmos males. Essa mostragem dá bem uma idéia do que o ser humano está fazendo de sua vida.

Jornal Nosso Clube – Como as pessoas poderiam evitar esse desgaste?

Eduardo Aquino – Recuperando a alegria de viver, que se perdeu no mundo moderno. Um jovem formando luta como pode, para conseguir vencer na vida. Quando isso ocorre, ele fica limitado às quatro paredes, esquecendo-se da família, dos parentes e da natureza.
Jornal Nosso Clube – Existem fatores externos que podem deteriorar, ainda mais, essa qualidade de vida?

Eduardo Aquino – Os conflitos da família, no emprego, a dificuldade de locomoção nos grandes centros, bem como o uso de bebidas alcoólicas e drogas, são elementos coadjuvantes para que se perca a alegria de viver.

Jornal Nosso Clube – O consumismo imposto pela mídia ajuda a aumentar o estresse que tomou conta da humanidade?

Eduardo Aquino – Hoje, existe um consumismo desenfreado, um bombardeamento de propaganda em detrimento da sabedoria. A atuação da TV é perniciosa; para cada 16 comunicadores de coisas boas, existem 97 fazendo o mesmo, só que para informações ruins.

Jornal Nosso Clube – Existe uma saída para esse estado de coisas?
Eduardo Aquino – Lembro sempre, em minhas palestras, que o brasileiro está exportando alegria e importando preocupações com programas de qualidade total japoneses, que restringe cada vez mais o espaço das pessoas em prol da tecnologia.

Jornal Nosso Clube – A Bienal do Livro é importante para um escritor?

Eduardo Aquino: Ela dá a possibilidade de escritores, até mesmo de Belo Horizonte, nacionalizar e até internacionalizar o seu trabalho.

Jornal Nosso Clube - Como serão suas palestras no COPM?

Eduardo Aquino – Pretendemos tentar resgatar a simplicidade e a sabedoria de volta à natureza, com a finalidade de combater o estresse e o excessivo apego a valores que nada contribuem para o crescimento do homem.

CAPÍTULO IV



O Sr. Euclides pediu licença e entrou para colocar a gravata e o paletó. Estava se aproximando a hora de ir para o trabalho. D. Maria José, que vinha participando da conversa quase só por monossílabos ou acenos de cabeça, assumiu agora o seu papel.
- Ah! Ricardo, se preocupação e tristeza matassem, eu já estaria do outro lado da vida. O que nos consola é a certeza de que nunca houve omissão de nossa parte. Temos tentado tudo, inclusive um milagre. Aliás, é a oração que nos tem sustentado. Jamais abrimos mão de nossa fé.
- O Jofre vem tendo todas as oportunidades e jogando-as fora. Ainda não percebeu o verdadeiro sentido da vida, o verdadeiro prazer de viver. Aqueles que fazem opção pela prática de esportes, pela arte, pelo contato com a natureza são mais felizes e saudáveis. Dormem cedo, estão sempre bem-dispostas, com bom rendimento também na área profissional.
E depois de uma pausa, Ricardo continuou:
- Para falar verdade, só quando era mais novo experimentei bebida. Sendo ainda mais sincero, uma vez até provei maconha, mas para nunca mais porque desde cedo percebi que meu caminho era outro: gostar da natureza, de vida ao ar livre, caminhadas, prática de esportes. Essa é a minha inclinação e também a minha opção.
- Seus pais devem ser muito felizes. Tão novo, formado em Educação Física e em Biologia e com seu próprio negócio indo muito bem! - Graças a Deus! Foi uma luta e a realização de um sonho. Sempre desejei montar uma academia e trabalhar esse lado saudável com as pessoas. Talvez por perceber, na minha geração, muita gente fumando, bebendo, usando drogas e com idéias deturpadas sobre sexualidade. Estão faltando discernimento e paz de espírito neste mundo de Deus.
- Como gostaria de que meu filho pensasse como você!
- Sempre fui preocupado com esses problemas. Procuro orientar pré-adolescentes e adolescentes sobre a importância do esporte, do exercício físico. Convivo com jovens que optam pelo esporte, cuidam do corpo, buscando uma vida mais saudável. Procuram dormir cedo e acordar cedo e estão sempre fazendo caminhadas, mergulhando. Enfim, curtindo o mundo e seus encantos. Em conseqüência, são felizes e bem ajustados na família, na escola e na sociedade.
- São hábitos saudáveis que nos garantem uma vida feliz.
- Essas pessoas se interessam pelas coisas fantásticas que a natureza oferece. Mas existem aqueles que, para eles, prazer tem de ser artificial: tomar todas, voltar de madrugada para casa, usar maconha, cocaína, xarope. Esquecem que esse tipo de prazer é ilusório, passageiro, altamente destruidor. Dá ressaca, mal-estar e atrapalha a vida da pessoa na família, no estudo, na profissão.
- Infelizmente, é uma grande verdade. Conhecemos essa experiência na carne pelo caminho que o Jofre escolheu.
- Realmente! São aqueles que não vão para frente na vida. Sempre angustiados, ansiosos. Seria tão bom se soubessem conviver bem com o meio ambiente, respeitando-o, tentando preservar a natureza, sem essa preocupação exagerada de consumo, como se o mundo fosse acabar amanhã. Precisamos despertar esse lado saudável do jovem, o lado sonhador, a vontade de melhorar o mundo, controlar os impulsos. A vida vai ter outro sabor quando voltarmos a ser românticos, mais otimistas.
- Hoje em dia, só se vê gente pessimista e o romantismo parece mesmo estar desaparecendo.
- O jovem está muito para baixo. Reclama de tudo, esquecendo que cada um de nós tem que começar, lutar e fazer primeiro por si mesmo, antes de se queixar da família, da escola, da sociedade. Boa parte deles hoje acha tudo “um saco”! Brinco com eles que essa é a síndrome do “sacocheismo”. Mas ninguém está fazendo nada para mudar.
- Felizmente, alguns fazem, como é o seu caso.
- Afinal, reclamar é fácil. Diagnosticar que o mundo está uma droga, qualquer um diagnostica. Basta ligar a TV e abrir um jornal. Mas quem é que está liderando ações de transformação, dando sua contribuição em movimentos sociais? Propondo soluções e batalhando por um mundo melhor?
- Ricardo, você esta de parabéns! Nessa hora a gente ganha mais energia, mais força. E pensa que nem tudo está perdido.
O Sr. Euclides entra na sala, apertando o nó da gravata e diz:
- Com muito pesar estou saindo. Sou ainda daqueles funcionários públicos que não atrasam e levam serviço a sério. Executo com muito amor e alegria o que faço.
- Se todo servidor público tivesse esse espírito, com certeza, teríamos um pais bem melhor. O senhor está de parabéns! Tenha paz e serenidade porque procurou formar bem a sua família. O Xará é um problema à parte. Conversaremos sempre que pudermos. Gostei muito do nosso encontro.
- O prazer foi recíproco. Você é um jovem fantástico! Aliás, eu já o conhecia de nome, pelo seu trabalho com a moçada. Bem., posso deixá-lo ai? Fico até preocupado com a reação do Jofre...
- Nós vamos ter uma conversa tranqüila. Pode ir sem nenhum receio. Já estou habituado e sei como conduzir o nosso diálogo.
- Que Deus os abençoe e os ilumine neste encontro.
- Amém! Vá com Deus! Um bom dia de trabalho para o senhor!

Livro Eduardo Aquino: Xará, o doidão: que começou na maconha e terminou no pó. 2ª Edição – Belo Horizonte/2000.

terça-feira, 6 de abril de 2010

O que fazer para não se sentir carente?



A carência é uma frustração praticamente generalizada hoje em dia. As pessoas estão carentes no ambiente de trabalho, ao fazerem aquilo de não gostam; carentes na família, porque cada uma está preocupada com os próprios problemas e não com a vivência coletiva. As pessoas estão carentes nas relações namoro, de casamento. A carência é grande, porque as pessoas estão sem tempo umas para as outras.A vida movimentada, cheia de informações, deixa-nos todos insatisfeitos.
Para não se sentir carente, é preciso investir no afeto, na parceria, na cooperação, e aprender a expressar sentimentos, a desenvolver o diálogo afetivo, a abraçar, a tocar, a comunicar-se com os filhos, com os irmãos, namorados, com o marido, a mulher. A carência só se vai resolver quando tivermos mais tempo, quando passarmos também a solicitar do outro esse tempo maior para se dedicar à relação. É preciso abandonar esse mundo cheio de informações, esse mundo rápido, tecnológico, e começar a curtir a natureza, a lua, a passar um de semana em lugares novos, onde as pessoas voltem a conversar, a trocar experiências e sabedoria, tendo uma estrutura menos carente, do ponto de vista afetivo.
Tornarmo-nos mais criativos quando desligamos a TV, propomos a volta da conversa, do papo, da amizade, do espaço para escutar e falar, quando as relações humanas começam a ser priorizadas, em detrimento do dinheiro, das questões materiais. Está na hora de combater essas carências. No fundo, as pessoas estão muito solitárias e insatisfeitas, mesmo tendo tudo, do ponto de vista material, mas não tendo o que é mais importante: a segurança, o tempo, o sentir-se acolhido, numa relação com troca de afeto, carinho, atenção e cuidado de uns em relação aos outros.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O que fazer quando a pessoa da qual você gosta não liga para você?




Gostar nem sempre existe de ambas as partes, nem sempre há reciprocidade. Ás vezes, o caminho de mão dupla não se estabelece, e só há interesse de um lado. Neste caso, é preciso manifestar o sentimento para o outro, estando preparado para ouvir dele que realmente não há interesse. Quando pratico a verdade, quando falo de meu sentimento, passo a contar com a possibilidade de um dia essa pessoa vir a interessar-se por mim. Temos de aprender a renunciar, a ficarmos frustrados. O importante é a expressão do afeto. Se uma relação não é possível, a pessoa tem de reinvestir o afeto em outra pessoa, encontrando uma parceria que lhe faça bem.

Você acha certo namorar uma pessoa só para fazer ciúmes em outra?



Os jogos de ciúmes são típicos das pessoas inseguras. Esses jogos são provocações como forma de reter a pessoa, o que é uma pobreza de espírito. Quem faz esses jogos gosta de relações tensas. Toda vez que há ciúmes, a relação não fica prazerosa e se desgasta. Uma relação marcada por jogos, por agressividades e ciúmes vai muitas vezes, gerando uma dependência de sofrimento muito grande. São relações patológicas. Ciúme como jogo é uma lástima. Para uma relação ser saudável, não pode haver jogos, seja de culpa, de dó ou de ciúmes, de opressão ou agressividade.

É normal sentir ciúmes?




Depende muito do temperamento. Há pessoas que naturalmente são mais ciumentas, por serem mais inseguras, possessivas e possuírem um grau de desconfiança maior. Há pessoas que sentem pouco ciúme, pessoas que não sentem ciúme nenhum e há aquelas que são até doentes por causa do ciúme. O ciúme é uma questão da natureza humana e é tão maior quanto menor o grau de segurança própria. Na paixão, costuma ser maior, já que a paixão envolve intensidade e necessidade de estar sempre com o objeto amado.
Num relacionamento, os jogos de ciúme são ruins. Esses jogos são uma tentativa de provocar no outro o sentimento, ou por insegurança ou para se provar que o outro gosta, como se o ciúme fosse sinônimo de gostar!

domingo, 4 de abril de 2010

A SOLIDÃO E O INDIVIDUALISMO: dificuldades de relacionamento real no mundo virtual


Coluna Dr. Eduardo para o Jornal Super Notícia do dia 04/04/2010.

Romances de internet, em geral, duram uma media de três encontros reais, ao vivo. Ou ainda quem viu que na Coreia, um casal foi preso, pois, seu filho real morreu de fome e sede com menos de um ano, pois tal casal era viciado num jogo em que cuidavam de um bebê virtual. DEUS do céu! Uma criança virtual gordinha cuidada 24 horas por dia por pais que literalmente abandonaram o filho real a ponto deste morrer por inanição e falta de cuidados básicos! Essa relação estranha do ser humano com as telas em que o teclado substituiu o abraço, letras, substituíram a voz, o olhar, a mentira substitui o olho no olho, a sinceridade.
Personagens são criados como segunda vida e os autores, seres reais, nunca se sentem confiantes e preparados e ai se escondem nas redes de relacionamentos - Orkut, Facebook, My Space, entre outros – com apelidos, e perfis ¨maquiados¨e falsos .
Chega de enganação! Temos que assumir a realidade: no fundo o que está acontecendo é uma falência nas relações homem, mulher, pais e filhos, alunos, professores, enfim, de ser humano para ser humano. Está havendo uma onda de carência afetiva como nunca visto antes. A desesperada busca por um cafuné de coração e alma, a sensação de que não somos amados por filhos, por pais, por namorados(as), que não somos admirados no ambiente de trabalho, ou que os amigos não são tão íntimos e fiéis; o certo é que a tremenda timidez, insegurança, baixa auto-estima, têm sido compensados pelo abuso de bebida, drogas, sexo, e por telas!
Fugir da realidade, já que para ser sucedido na vida, teríamos que seguir modelos de corpos perfeitos de musas e ¨sarados¨, ter a capacidade de um nerd, a sensibilidade de um poeta, a riqueza de um ídolo do futebol, TV, enfim, num mundo onde a aparência, o poder, a vaidade, a inveja, o ciúme, a necessidade de consumo, a maternidade, o excesso de eletrônicos, nos faz a cada dia mais ¨ocos¨, carentes, insatisfeitos: enquanto isso no quarto ao lado, seu filho viciado em games e Orkuts, sente sua falta e vice-versa . Num outro, marido vendo futebol, esquecido da esposa sobrecarregada com as tarefas de mãe, dona de casa, profissional que batalha fora para aumentar a renda. Seu colega de trabalho desconfiado e competitivo, te enxerga como ameaça e o clima é pesado.
E haja bebida, droga, Viagra, sexo, ¨balada¨ e gente deprimida, estressada!
Se sou pessimista! Ao contrário, quando o Caos se instala, é porque esta próximo de se iniciar um novo tempo: de fraternidade, justiça, afeto, serenidade e paz de espírito!!!

sábado, 3 de abril de 2010

Nossos medos de hoje são frutos de acontecimentos passados?



O medo está ligado a uma disfunção de neurotransmissores, notadamente a serotonina. Muitas vezes, as pessoas têm um tipo de medo fóbico, por exemplo, medo de chuva, de escuro, de altura, de ambientes fechados, e buscam uma situação traumática na infância ou em períodos anteriores ao atual, que poderiam justificar esses medos esquisitos. O medo é inato e já faz parte da estrutura pessoal. Na verdade, é como se essa sensibilidade ao medo fosse característica das pessoas medrosas. Quando o meio ambiente expõe a pessoa ao medo, no início de sua vida, ele se torna consciente ou manifesto. Por isso, muitas vezes se investiga o passado, como se a história fosse o fator que levaria ao medo ou à fobia, mas esta é uma explicação simplista.

O que é medo de ser feliz?



Muitas pessoas temem as situações prazerosas, que dão sensação de plenitude e satisfação, por achar que não teriam direito a tanta alegria, felicidade e bem-estar. Infelizmente, por uma questão cultural, familiar, religiosa, sempre se ligou a sensação de prazer à culpa, à punição.
Se Deus nos deu um sistema de emoções, o límbico, o que busca prazer, é porque esse sistema deve ser usado. Temos de conseguir estar felizes, ter prazer, jamais temendo esse estado tão gratificante. O ser humano nasceu para buscar a felicidade, o prazer, a luz, a plenitude.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O que é medo?



Medo é sempre uma sensação de perigo diante de uma situação desconhecida, de um predador, ou de circunstâncias do dia-a-dia, em que pressentimos não sermos capazes de enfrentar tal situação.
O medo é normal diante de uma situação desfavorável, estressante.
Existem dois tipos de medo: o medo fisiológico, normal, e o medo chamado fobia. Os fóbicos, ao invés de enfrentar, tendem a fugir ou a evitar a situação que causa medo.
Exemplos de fobia: de falar em público, que é um dos medos mais comuns; de avião, de elevador, de ficar em ambientes fechados em meio à multidão, de insetos como as baratas, ou de animais como ratos. Diante desses objetos fóbicos, a pessoa entra em pânico, não conseguindo enfrentar a situação.
Todos nós sentimos medo, mas cabe nós enfrentar a situação. Se fugirmos, o medo cresce e cresce a dificuldade de enfrentá-lo. Só o enfrentamento é capaz de combater o medo. Se é um quadro fóbico ou de síndrome de pânico, é preciso tratamento médico, para favorecer a possibilidade do enfrentamento.



Livro Eduardo Aquino: O que os Jovens gostariam de saber e os Adultos têm dificuldade de responder.
2ª Edição – Belo Horizonte/ 1997.

O que é ódio?



Trata-se de uma forma de afetividade em que há um sentimento forte, concentrado, que é o oposto do amor (mas tão forte quanto ele). É uma raiva exagerada, às vezes descontrolada, com grande vontade de vingança, portanto perigoso, pois pode levar à agressividade e à impulsividade. O ódio é a origem das guerras, desavenças, separações, assassinatos, etc.. Quem sente ódio prejudica a si mesmo e perde a energia do prazer e a paz interior.


Livro Eduardo Aquino: O que os Jovens gostariam de saber e os Adultos têm dificuldade de responder.
2ª Edição – Belo Horizonte/ 1997.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

CAPÍTULO III: XARÁ, O DOIDÃO



Que começou na maconha e terminou no pó

Continuação


No dia seguinte, Ricardo foi à casa do Jofre, logo cedo, pedir desculpas aos pais. Muito sem jeito, apresentou-se:
- Meu nome é Ricardo, sou professor de Educação Física e dono da academia que a moçada freqüenta. Vim aqui porque quase não consegui dormir pelo problema que houve ontem à noite.
O pai não entendeu nada e disse:
- Que problema?
- Ah! O senhor não ficou sabendo?
- Não! O Jofre chegou tarde, como sempre, e não falou nada. O que houve?
- A reunião de ontem. Era para ser uma festa muito animada, mas infelizmente o Xará parecia estar alterado e provocou o maior tumulto.
- Com certeza usou droga. Lamentavelmente, está fumando maconha e já me disseram que está usando também xaropes e comprimidos. Não temos o menor controle sobre ele.
- Por isso queria pedir desculpas aos senhores. O Xará tentou mexer com uma colega nossa e me senti no dever de defendê-la. Acabei brigando com ele. Queria conversar, mas ele me agrediu e acertei-lhe um soco ao me defender.Sem querer, acabei ferindo-lhe o olho esquerdo e o nariz. Fiquei superchateado com isso e vim pedir desculpas.
- Nós é que devemos pedir desculpas e agradecer pelo seu senso de responsabilidade, pela sua boa educação. Só não sei se vale a pena. Apesar de sermos pais, cada dia nos entristecemos mais com o Jofre. Ele é um rapaz egoísta, só pensa em si. Acha-se o melhor, o dono do mundo.
- Verdade. Ele nunca admite que erra e não aceita conselho de ninguém.
- Está andando com as piores companhias e não consegue mais nenhum rendimento na escola. O pior é que encontra meninas sem cabeça que o admiram. Com isso, também se sente o todo-poderoso. Realmente, ficamos muito chateados, mas é bom saber que há pessoas como você e gostariam de ajudá-lo. Pois ele mesmo não se ajuda! Já tentamos de tudo: terapia e até internação. Mas ele não colabora e não assume tratamento nenhum.
- E ele é tão jovem! Dezesseis, dezessete anos é idade em que as pessoas acham que podem tudo. Ás vezes, acabam entrando nessas confusões: bebidas, drogas, sexo sem controle ... É pena que esses meninos não compreendam o que seja aproveitar a vida de verdade. Mas, de qualquer jeito, se o senhor me permite, vou esperar o Xará acordar.
- Pode ficar à vontade. Só que ele não tem hora de levantar. Anda trocando o dia pela noite e não há limites ou lei que ele respeite.
- Precisamos conversar. Isso nunca aconteceu e me aborreceu muito. Agredir alguém é muito ruim. Parece que ele ficou muito chateado. Até me ameaçou. Temos de conversar, de nos entender. Gostaria de ficar aguardando. Não gosto de deixar as coisas desse jeito. Se o senhor não se incomodar ...
- Absolutamente., Ricardo! Fique à vontade. Há umas revistas e um jornal na mesinha. Se você quiser, pode também ligar a televisão.
- Muito obrigado! Desculpe pelo ocorrido. Imagino o quanto o senhor tenta ajudá-lo. Sei como é difícil recuperar dependentes químicos.
- Tenho quatro filhos. Os outros três nos dão muita alegria, como você também deve dar a seus pais. Mas, confesso, o Jofre é um peso em nossa vida.
- Sou filho único. Lá em casa também sempre houve muito diálogo. Pena que o Xará tenha a cabeça tão vazia! Ele é jovem, inteligente ... Poderia trilhar outro caminho, não acha?
- Já procuramos todas as formas de ajuda, mas as drogas acabam com as pessoas. E, como a influência das más companhias, o usuário vai sofrendo uma deformação da personalidade. É o que está acontecendo com o Jofre. Está se tornando uma pessoa de mau-caráter. Nem parece que é nosso filho ...
- Deve ser duro para os pais terem de conviver com isso.
- Você nem imagina a nossa luta! Temos de pôr limites. Defender o lado bom da família. Afinal de contas, somos seis pessoas, das quais cinco batalham para sobreviver. Os outros filhos vão muito bem. Mas a vida é isto: ter boas e más experiências e aprender com todas elas.
- E isso exige, na maioria das vezes, verdadeiros malabarismos, além de muita fé e sabedoria.
- Tenho orientado os outros para que compreendam as atitudes estranhas do irmão. Se não for possível amizade, pelo menos que respeitem as diferenças de postura de cada um diante da vida. Temos até feito terapia familiar e freqüentado palestras.
- Ainda bem que o senhor e D. Maria José não têm motivos para remorso. Vêm tentando tudo que é possível!
- Mas ele mesmo não aceita nenhum tratamento. Anda mentindo muito e tirando coisas de casa para vender e comprar drogas. O único remédio é procurar entender a fundo esse drama e aprender a conviver com ele.
- O Xará ainda tem a sorte de ter pais tão compreensivos ...
- Aprendemos em nossa terapia que, por trás de um drogado, existe, sempre um ser insatisfeito consigo mesmo, imaturo, em busca de respostas para as suas angústias e ansiedades. E, ainda, todo viciado em droga, seja ela qual for, tem, na verdade, tendência à depressão, a fobias, apresentando muitos problemas sérios de timidez. Usa, então, a droga como artifício para relaxar, dormir e desinibir-se – disse D. Maria José, muito silenciosa até aquele momento.
- É verdade! Só que esquecem que estão mergulhando num poço sem fundo – concluiu o marido.
- Sem dúvida! Na minha experiência lá na academia, descobri que os jovens começam a usar drogas, principalmente maconha, porque têm alguma dificuldade psíquica, social ou afetiva.
- De fato, há alguns jovens que são mesmo muito complicados.
- Já pude observar três grupos: no primeiro, eles experimentam por curiosidade ou só de vez em quando. Dizem que é só para aumentar suas “sensações e percepções artísticas”. São ingênuos e julgam que não vão tornar-se dependentes. Justificam que faz menos mal do que cigarro e bebida. Ao segundo pertencem aqueles que nunca se interessaram, não querem experimentar nem por curiosidade. E o terceiro é o daqueles que, cada vez, vão usando mais. Associam a droga à bebida, acabam usando outras mais fortes e terminam tendo problemas até com a polícia.
- Como você é bem informado!
- Na academia, lido com jovens de todo tipo. E, além de ser licenciado em Educação Física, estou quase me formando em Biologia também. Na faculdade pesquisamos sobre esse tema, que é um dos mais graves hoje. Temos tentado ajudar não só o Xará, mas os colegas dele também.
- Já ouvi boas referências a esse trabalho que você vem realizando.
Parabéns!
- Há também um grupo de jovens, o senhor deve conhecer, que mexe com aquele movimento da Igreja e já tentaram levá-los, aos Narcóticos Anônimos. Muita gente tenta ajudar, mas eles resistem e não dão a menor importância. O Xará, por exemplo, já namorou moças fantásticas, que tentaram ajudá-lo, mas acabaram desistindo porque percebem que ele é ainda muito imaturo. Acabam se afastando, embora sua aparência chame atenção. Mas ultimamente ele está muito magro, o senhor não acha?
- Também pudera! Só chega de madrugada, não se alimenta direito. Troca o dia pela noite. Já falei, tentei apelar para sua vaidade, dizendo:
“Olhe, filho, você que é tão bonito deve se cuidar, pelo menos na parte física. Será que isso não é suficiente para você mudar de vida?”. Mas, confesso, não adiantou. Não temos uma situação financeira boa para tentar outras formas de tratamento mais eficientes.
- Nada até hoje deu certo para o Jofre – concluiu a mãe.
- Dói perceber o sofrimento dos senhores, que tudo fazem para a recuperação do Xará. A função dos pais é tentar dar apoio. Mas cada um traça o seu próprio caminho, faz a sua opção. Decidir pelo bem ou pelo mal é uma determinação de cada um. É uma escolha pessoal.
- Só que a decisão do Jofre foi, infelizmente, para o mal. É lamentável a sua escolha! – disse o Sr. Euclides, quase engasgado.
- Vocês não devem se sentir culpados pelas chantagens emocionais do Xará. Ele vive reclamando de tudo e de todos: da família, do colégio, dos amigos ... Fala mal dos professores, das meninas. Enfim, para ele o mundo está todo errado, só ele está certo. E, o senhor sabe, isso é típico de pessoas imaturas. Elas nunca erram.
- Verdade. Nosso filho se julga o dono da verdade.



Livro Eduardo Aquino: XARÁ, O DOIDÃO
Que começou na maconha e terminou no pó
2ª Edição – Belo Horizonte /2000